Ocupar-se é a palavra chave – Boletim nº 113
Nos primeiros dias e meses da tão esperada e merecida aposentadoria tudo são flores… Depois de um tempo, porém, os dias começam a ficar mais longos – as noites idem- e daí começam a surgir o sentimento de profundo vazio e a sensação de inutilidade…
Qual vai ser sua nova atividade ao se aposentar? Com o que vai se ocupar? Quais seus sonhos?
Ao se aposentarem as pessoas estão cada vez mais ansiosas por continuar produtivas nos anos extras que ganharam em suas vidas e não aceitam apenas participar de clubes da terceira idade.
Caro leitor, olhe à sua volta e veja a situação de seus familiares e amigos aposentados. Como estão? Felizes ou infelizes? Saudáveis ou doentes? A
aposentadoria surgiu para eles como um prêmio ou um castigo? Com certeza você vai verificar que os que andam desocupados vivem perambulando por aí, muitos deles reclamando de tudo e de todos, em conflitos internos e externos, além de doenças e vícios. Já aqueles que encontraram formas de se ocupar, por meio de alguma atividade e hobby (isso não é pecado!), salvo algum problema de saúde que gere incapacitação, provavelmente conseguem manter sua autoestima elevada e, consequentemente, são mais felizes e realizados.
Na transição para a aposentadoria é recomendável fazer uma pausa, como se fosse um intervalo do primeiro para o segundo tempo, que vem a ser aquele breve hiato entre a aposentadoria formal e o planejamento para o futuro. Mas isso não significa uma parada total e não retornar para o segundo tempo.
Talvez o termo “desacelerar” (olha aí o prefixo “des” de novo!), no sentido de tirar o pé do acelerador, sem, no entanto, parar completamente, seja a definição apropriada para opor-se ao termo parar. Portanto, desacelerar sim, parar jamais.
Quantas pessoas amadurecidas deixaram suas marcas já no entardecer de suas vidas? A história está aí para confirmar. Na verdade não há limites para o que você pode fazer, exceto os de sua própria mente. O comodismo é o grande mal que nos imobiliza e nos faz estacionar num patamar mais cômodo. A falta de sonhos e desafios vai aos poucos tirando nosso vigor a ponto de não termos forças de reagir quando mais precisamos. Nossa mente precisa estar sempre aberta para superarmos os limites, da mesma forma que nosso corpo precisa de exercícios para se manter em forma.
A nova ocupação deverá expressar um ideal e conferir sobrevivência pessoal e social, prestígio e estímulo para aproveitamento do potencial e integração no universo.
Na formação holística me deparei com um ditado “se correr o bicho pega, se parar o bicho come”. Falta acrescentar, “se juntar o bicho foge”. Com isso quero dizer que na aposentadoria não precisaremos mais correr tanto, nem devemos parar repentinamente. Poderemos juntar todos os conhecimentos e experiências adquiridas durante os longos anos de trabalho e de vida, além de todo o tempo que teremos à nossa disposição para ocupar-nos com atividades significativas e que nos tragam prazer.
“As pessoas medianas vão para o túmulo com músicas não tocadas dentro delas”. (Oliver W.Holmes)
Muitas vezes acreditamos que o talento e a capacidade de criar e superar desafios é para os outros e não para nós.
Às vezes pensamos “Puxa, que tal se….?” e paramos por aí. Mas, que tal se gênios como Mozart, Schubert, Beethoven, Tchaikovsky, Luciano Pavarotti e José Carreras não tivessem mostrado os seus talentos? Que tal se os Beatles tivessem desistido logo no início? Ou então se Madre Thereza de Calcutá, Pelé, Ayrton Senna tivessem desistido de seus sonhos?
Imagine um mundo onde todos usassem os seus dons para dividir com os outros aquilo que são capazes de produzir e fazer uma diferença para muitos, mesmo que seja para uma só pessoa.
Caro leitor, responda rápido: Qual a música que você vai tocar para o mundo ouvir?
Que Deus o(a) proteja junto a seus familiares.
Um fraternal abraço e até o próximo artigo,
Armelino Girardi
Criador e mantenedor do portal www.desaposentado.com.br, idealizador e catalisador do Clube dos Desaposentados.
Caro Armelino,
Aiinda bem que sem muito planejar acabei praticando a primeira etapa e agora estou na
segunda. Minha atual ocupação não tem todas as características preconizadas em sua
mensagem, mas me mantém ativo, ligado, e socialmente integrado, o que penso seja
condição essencial. Somos seres HUMANOS e como tal precisamos nos relacionar com
outros seres e quando não o fazemos, corremos o risco de ficar solitário sem poder
conversar ou interagir com a sociedade que nos rodeia, desativando nosso cérebro.
abraço
AMAURI MIRANDA
Caro Amauri
Grato pelo seu contato e reflexão a respeito do tema. O Clube tem justamente o objetivo de interagir com as pessoas e manter o cérebro ativo com a leitura de artigos sobre temas relevantes.
Adorei esta mensagem, é a pura verdade, é tudo que eu penso V. Sa. traduziu o que eu penso da vida.
Embora precise mesmo me aposentar, não para ficar nos aposentos, mas para dar mais atenção a família, que mora em Fortaleza, vim para São Paulo aos 19 anos, fiz uma carreira sozinha aqui como Escrevente Técnico judiciário, me formei em direito, mas continuo com o mesmo cargo e agora no final me acidentei duas vezes no mesmo lugar “o tornozelo”, não quero ficar parada mas se desobedecer ao médico, ele informou que seria pior, porque aí complicaria e poderia operar o pé.
V. Sa. é um iluminado, tomara que todos que leem esta mensagem possam sentir a firmeza do ideal, e o sentido da vida que devemos ter.
Amiga Maria Odacy
Sua mensagem me emocionou e fico feliz ao saber que está lendo alguns artigos e que eles contribuem com o seu momento de preparação para a aposentadoria. Veja que no site constam mais de 100 artigos, todos sobre temas relevantes. Caso não esteja inscrita, faça seu cadastro no Clube dos desaposentados e venha participar deste grupo, pois nosso objetivo é aglutinar pessoas que rimam aposentadoria com sabedoria, filosofia, poesia e alegria. Receba meu fraternal abraço.
Aposentadoria, para muitos, tempo de parar, mas o objetivo é desacelarar como cita o texto, parar nunca. O verbo a ser conjugado é ocupar, ocupar a mente e o corpo dentro de suas limitações com o que lhe dá prazer, aproveitar o tempo para continuar semeando e, assim dito pelo instrutor, mesmo que a colheita seja para as próximas gerações.
Como aposentado, quero ter mais tempo para o lazer, como mexer com música, que é o meu forte, passear também, coisa que quase não faço atualmente, sem ficar parado, pois sei que isso não vai me levar a nada, e sim ocupar o tempo livre para outras atividades.
Parar jamais. Realmente temos que desacelerar um pouco em busca de uma qualidade de vida melhor. Novos desafios virão e o importante é sabermos nos ocupar com aquilo que nos traz prazer.
Caro Armelino,
É muito triste imaginar-se, depois de um tempo de aposentado, acabar a euforia do momento da aposentadoria, deixar de ser “príncipes ou princesas”, virando “sapos” a coaxar à beira da lagoa. Isso é inadmissível para alguém como eu, que sempre tive minha “agenda preenchida”, no Banco ou fora dele, ocupando-me com qualquer outra coisa, menos ficando parada. Qual não seria a minha decepção, se isto me acontecesse!!!… Por isto há anos, venho pensando em como me ocuparia, quando saísse do Banco e, com certeza, com a graça de Deus, estarei com meus pés bem firmados no chão, em busca da realização de sonhos (não mirabolantes), que tiveram que ser adiados. Não poderia “bater de frente” com pessoas a quem devíamos respeito e honra, os Pais do meu Esposo, que moravam em nosso imóvel rural, razão por que não insisti, mesmo enfrentando prejuízos que poderiam ser contornados, por isso permaneci no Banco por mais alguns anos. Entretanto, há alguns anos, venho cuidando da minha transição, me desacelerando aos poucos, mesmo na ativa. Quando surgiu o PAI, em 2016, gostaria de ter aderido, mas decidi por preparar a cabeça do meu Esposo até 2017, para que ele entendesse inclusive, a necessidade de atendermos prioridades outras, envolvendo os cuidados e dedicação aos nossos Pais debilitados em sua saúde. Este curso tem me ajudado muito a “convencê-lo” a aceitar melhor, esta nova fase das nossas vidas, sem contar com o salário do Banco da Amazônia. E que Deus nos ajude!