A felicidade é a melhor motivação – Boletim nº 123

A felicidade é, com certeza, o grande desejo e, porque não dizer, desafio de todos os seres humanos. O sentimento de ser feliz, mais do que um estado de espírito, poderia ser classificado como uma necessidade básica de sobrevivência, assim como respirar, se alimentar, beber, dormir…Um desejo de 10 entre 10 homens e mulheres, embora cada um possua seu próprio parâmetro para mensurar o grau de felicidade, o que envolve uma soma de valores quantitativos e qualitativos, como a espiritualidade, o afeto, a ambição, o poder.

E aí já encontramos um primeiro problema. O egoísmo e individualismo exacerbados dos dias de hoje, muitas vezes impulsionados pelo materialismo, que ganha força por meio das mensagens comerciais difundidas pela mídia, distorcendo nas mentes ainda precoces o conceito de felicidade e realização. Isso impossibilita a prática da solidariedade e fraternidade, cujo princípio se baseia naquela conhecida frase segundo a qual “ser feliz é tornar felizes as pessoas que comigo convivem”. Nenhum homem nasceu para ser uma ilha. Ninguém consegue ser feliz sozinho, sem a felicidade das pessoas que estão à sua volta. E é por isso que coloco a felicidade como um dos valores mais sublimes da existência humana.

O ambiente corporativo contemporâneo exige que os colaboradores agreguem valor a seu trabalho. Esse valor surge quando o trabalho é realizado com amor. A isso chamamos de “talento”. Uma simples palavra que faz a diferença entre um trabalho especial e uma tarefa qualquer, feita mecanicamente, quase que instintivamente. Por isso, o trabalho deve ter vida, ser criativo, inovador. De forma a transcender ao valor de riqueza meramente financeira e material, transformando-se em catalisador de energias positivas que mobilizem e aglutinem os interesses tanto das pessoas como das organizações. Cada um de nós possui um talento especial para dividir com o mundo. Quando conseguimos ser felizes, no sentido amplo da palavra, podemos alcançar qualquer objetivo, no trabalho ou na vida pessoal. O sucesso das organizações é relativamente proporcional ao sentimento de realização de seus colaboradores.

E aqui está uma segunda questão. O que as empresas têm feito para proporcionar a felicidade de seus colaboradores? Várias pesquisas divulgadas, constatam que mais de 70% dos funcionários estão infelizes com o trabalho e a empresa em que atuam.

Temos de reconhecer que houveram avanços significativos nas relações capital-trabalho, com representativo aumento nos benefícios e grandes investimentos em programas de treinamento. Esses benefícios, porém, ainda são financeiros, enquanto os treinamentos se concentram nas habilidades técnicas. Pergunto: E a qualidade de vida? E as habilidades conceituais e interpessoais que influenciam sobremaneira no desenvolvimento integral do ser humano? Seres humanos não deveriam ser treinados, mas sim estimulados a dar o melhor de si, incluindo amor, em tudo que fazem.

As empresas, de uma maneira geral, tem sua visão, missão e valores claramente definidos e os divulgam nos diversos níveis hierárquicos, com o objetivo de obterem de todo quadro de colaboradores o devido comprometimento. Além de fazer parte de seu plano estratégico, tal medida é indispensável para o seu sucesso.

Aqui vejo um terceiro tópico para reflexão. Esses mesmos colaboradores comprometidos e que “vestem a camisa”, como se diz no jargão corporativo, não tem a verdadeira consciência de sua própria missão e valores. Hoje, a maioria dos trabalhadores investe todas as energias na carreira, passando grande parte do dia no trabalho. Como consequência, tendem a perder o gosto pela vida em família e pelo divertimento. Alguns chegam a dizer que, durante os finais de semana e feriados, sofrem de ansiedade e dores de cabeça se não levarem para casa qualquer tarefa que preserve o mesmo clima de tensão vivido nos dias “normais” de trabalho.

Se as empresas procurassem incentivar a que todos os seus colaboradores também elaborassem, de maneira clara e objetiva, sua missão e valores pessoais – dentro de um clima de total transparência, sinergia e sintonia de valores nessa relação de parceria mútua – será que tal ação não resultaria num aumento significativo nos resultados e na produtividade da organização, refletindo-se também no sentimento de felicidade de seus colaboradores?

De nada adianta ser bem-sucedido no trabalho às custas de problemas de saúde, baixa qualidade de vida e distanciamento da família. Tudo deveria ser feito para gerar felicidade. Com isso, os resultados também seriam direcionados para esse fim. Infelizmente, a competição, a falta de respeito, de companheirismo e solidariedade, aliados ao autoritarismo e à concorrência – interna e externa – que se tem notado no clima organizacional de muitas empresas impedem que as pessoas se sintam plenamente felizes.

O novo desafio que marcará o século XXI é descobrir uma fórmula eficaz de se difundir um novo conceito de organização, capaz de elevar e valorizar a qualidade de vida e do trabalho dos seus colaboradores, literalmente alavancando a força silenciosa do desejo de felicidade e bem-estar.

Que Deus o (a) proteja junto com seus familiares.

Um fraternal abraço e até o próximo artigo,

Armelino Girardi

Para reflexão: “Não é o trabalho que faz uma pessoa melhor. É uma pessoa melhor que faz do trabalho a expressão de sua integridade”

3 Respostas para“A felicidade é a melhor motivação – Boletim nº 123”

  1. Francisco Roque Teloeken diz:

    Boa noite, Armelino.

    Desculpa, eu errei ao numerar o terceiro tópico que comentei: é 3).

    Mando, agora, um abraço fraternal e desejo de muito sucesso!

    Francisco

  2. Eva Torreias diz:

    Caro amigo Armelino!

    Parabéns pela escolha do tema abordado neste artigo.

    Penso que o maior desafio do ser humano é encontrar o seu lugar neste mundo em todas as fases da vida.

    Fiquei surpresa com a iniciativa da criação de congressos pela Comunidade FIB- Felicidade Interna Bruta fundada em Butão.

    Abraços
    Eva Torreias

  3. Concordo, mas há sempre uma exceção. Conheço algumas pessoas, com pessonalidade irritante,
    porém, quando começou a trabalhar ela se tornou uma pessoa melhor, penso ser, porque ela se
    encontrou, e/ou gastou sua energia negativa, aplicando no trabalho, assim ela ficou calma e de bem com a vida. Outras que são barulhentas, e com o trabalho elas ficaram quietas.

    Mas há sim, muita gente que daria tudo para se livrar do trabalho e voltar para sua terra compartilhar sua aposentadoria com a sua famíília, inclusive eu.

    Adorei o texto, e foi assim que refleti a sua reflexão.
    Grata, por enviar-me esta matéria…..

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  1. Francisco Roque Teloeken:

    Boa noite, Armelino.

    Desculpa, eu errei ao numerar o terceiro tópico que comentei: é 3).

    Mando, agora, um abraço fraternal e desejo de muito sucesso!

    Francisco

    --13 de maio de 2014 @ 23:48
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    1. Eva Torreias:

      Caro amigo Armelino!

      Parabéns pela escolha do tema abordado neste artigo.

      Penso que o maior desafio do ser humano é encontrar o seu lugar neste mundo em todas as fases da vida.

      Fiquei surpresa com a iniciativa da criação de congressos pela Comunidade FIB- Felicidade Interna Bruta fundada em Butão.

      Abraços
      Eva Torreias

      --24 de julho de 2014 @ 16:43
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      1. MARIA ODACY DE CASTRO:

        Concordo, mas há sempre uma exceção. Conheço algumas pessoas, com pessonalidade irritante,
        porém, quando começou a trabalhar ela se tornou uma pessoa melhor, penso ser, porque ela se
        encontrou, e/ou gastou sua energia negativa, aplicando no trabalho, assim ela ficou calma e de bem com a vida. Outras que são barulhentas, e com o trabalho elas ficaram quietas.

        Mas há sim, muita gente que daria tudo para se livrar do trabalho e voltar para sua terra compartilhar sua aposentadoria com a sua famíília, inclusive eu.

        Adorei o texto, e foi assim que refleti a sua reflexão.
        Grata, por enviar-me esta matéria…..

        --17 de outubro de 2014 @ 18:21

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