Uma vida dedicada ao trabalho e ao voluntariado – Boletim nº 125
A pessoa não pode viver isolada. Nós precisamos dos outros para tudo. Cada pessoa quando nasce recebe os talentos necessários para desfrutá-los, multiplicá-los e a sabedoria em doar aos semelhantes necessitados.
Quando criança tive o exemplo de meus pais que atuavam como voluntários em angariar recursos para a manutenção da paróquia de Forquilhinha – SC e também com o exemplo da senhora Helena Arns, mãe da Drª Zilda Arns, que era atuantes naquela paróquia.
No seminário dos capuchinhos incorporei alguns valores, destacando a austeridade e pobreza. Chegando a Curitiba iniciei minha vida profissional trabalhando numa malharia, num Banco e depois na COPEL. Mesmo estudando à noite, encontrava tempo para visitar doentes em hospitais.
Constituí família, e trabalhei durante vinte e três anos na COPEL, lecionando, à noite, em cursinhos e, aos sábados, dava aulas de reforço escolar no SESC Portão. Nesse período atuei também como voluntário no segundo tribunal de júri. Como hobbie, passei a pintar telas a óleo, participando de mais de cinquenta exposições entre coletivas e individuais.
Com minha aposentadoria, em 1996, passei a dedicar-me ao voluntariado e à pintura e telas a óleo continuo, doando parte delas para instituições.
Nesse mesmo ano conheci o programa de prevenção do suicídio (CVV) “Centro de Valorização da vida”, passando por um curso com mais de trinta horas para aprender a ouvir sem discriminação. Após a primeira palestra me apaixonei pelo trabalho, assinei minha ficha de adesão ao CVV e abracei a causa. Com o tempo fui assumindo outras atividades internas, além dos plantões semanais de oito horas, à noite, das vinte e três horas às sete da manhã. Assumi a divulgação dos serviços junto à mídia e os cursos internos para os novos candidatos ao CVV. Estive na função de coordenador do Posto CVV e posteriormente da Regional.
Como o Centro de Valorização da Vida é dinâmico iniciou o CVV Comunidade, junto a presídios. Sou também palestrante em ONGs, escolas e empresas com uma média de cinquenta palestras por ano.
É importante ressaltar que o CVV é uma Instituição de trabalho humanitário que presta serviços à comunidade, baseada na parábola do Bom Samaritano, acolhendo as pessoas em conflito emocional. O objetivo primordial do CVV é a prevenção do suicídio. O Centro de Valorização da vida, fundado por um grupo de acadêmicos em S. Paulo na década de 60, já completou cinquenta e dois anos e conta com uma média de 2.200 voluntários que atendem em 72 Postos CVV em todo o Brasil, com mais de um milhão e quinhentos mil chamadas ano.
Hoje, além do atendimento via telefone 141 e outros telefones de cada cidade, atende via online das 19h às 24h. Mas informações podem ser obtidas no site WWW.cvv.org.br.
Em 2014, com 70 anos de idade, completo 18 anos de voluntário. Com saúde continuo com meu plantão semanal no CVV e uma media de sete palestras mensais.
Entendi que não basta minha atividade das pinturas a óleo sobre telas onde trabalho mais isolado. O trabalho voluntário me auxilia no autoconhecimento, tornando-me mais participativo nos serviços de casa com minha família, exime-me da depressão, envolve-me mais no contexto social, agrega-me mais conhecimentos, tornando minha vida mais motivada e bela.
Entendo que tenho capacidade e posso fazer ainda mais para compartilhar com meus semelhantes. Só não conserto telhados por precaução, mas com minha mente ativa, meus ouvidos e minha fala posso produzir ainda mais até chegar aos 80 anos com saúde, de lá em diante pensarei em novos projetos de vida.
Quintino Dagostin
Quintino44@yahoo.com.br
Parabens Quintino que Deus te de sabedoria e saúde para continuar este trabalho maravilhoso que você faz.
Parabéns pelo artigo.
Altamente motivador. É de gente assim que se faz um mundo melhor.
Que o criador continue abençoando e protegendo o sr. Quintino.
Fraternal abraço.