Felicidade, realização pessoal e profissional é um direito, um desejo e uma busca de todo ser humano. Para isso, é necessário encontrar uma harmonia entre vida pessoal e profissional.

Pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, em maio de 2007, apontou a busca do equilíbrio entre vida profissional e familiar como a maior fonte de angústia dos profissionais, sendo que 54% estão insatisfeitos com o tempo dedicado à vida pessoal.

Uma pesquisa da Hay Group mostra que esse é um problema mundial, pois 39% dos entrevistados afirmaram que não têm um equilíbrio entre as duas questões. No Brasil, que contou com 620 mil respondentes, o indicador foi de 36%.

A verdade é que a maioria das organizações no mundo continua a pedir para que seus profissionais realizem “mais por menos”. A questão é como lidar com essa situação para equilibrar essa balança?

O fato é que, no mundo atual, a novidade é inesgotável e as mudanças cada vez mais velozes, com exigências, cobranças e complexidades que aumentam a cada ano. Precisamos ser mais, fazer mais, viajar mais, querer e realizar muitas coisas, mas o dia continua tendo 24 horas e o ano, os mesmos 12 meses.

As inovações tecnológicas, que surgiram para facilitar a vida das pessoas, podem aumentar o nível de estresse, face à sobrecarga de informações, a perda de privacidade e dificuldade em diferenciar o que é trabalho e o que é tempo livre. O dia-a-dia ficou mais acelerado com a chegada do celular e da internet e o expediente se estende, muitas vezes, até os momentos de descanso.

Outra causa desse desequilíbrio é o fato de vivermos hoje numa cultura que valoriza excessivamente o trabalho e avalia as pessoas pelo seu sucesso profissional, ao ponto de adotarmos o sobrenome da empresa em que trabalhamos. Se perguntados “quem somos” respondemos “o que fazemos”, como se o trabalho falasse por nós.

Às vezes o trabalhador deixa de “estar presente” em casa, não só do ponto de vista físico, mas também psíquico. É um “estar em casa”, porém ausente. Ele está no computador. Ou mesmo brincando com os filhos, seu pensamento está resolvendo uma questão de trabalho. E o tempo não volta para ser vivido e ainda deixa um resquício de culpa pela desatenção à família.

As organizações precisam se conscientizar de que colaboradores felizes e realizados pessoal e profissionalmente têm condições de maior motivação, engajamento e rendimento no trabalho. Ações são necessárias para incentivar e apoiar hábitos e estilos de vida que promovam o bem-estar dos colaboradores.

O curso PPV, Projeto Pessoal de Vida, a ser lançado em outubro 2014, é uma oportunidade de desenvolvimento humano, pois leva-nos a momentos de intensa reflexão sobre o que significa “viver a vida”, nas suas diversas dimensões, algo que sublimamos ao sermos levados pela torrente de acontecimentos que nos envolve diuturnamente. Colocamos à frente alguns sonhos, alguns ideais que nos levam a realizações ao longo de nossa existência. São percepções fracionadas do nosso viver, faltando tantas vezes indagações. O que eu quero ser? Como viver melhor? Como posso integrar as muitas facetas da vida?

Cada ser humano tem luz própria, como uma estrela. Mas, para brilhar terá que conseguir essa harmonia entre as diversas esferas de sua vida. Para isso é necessário ter um projeto pessoal de vida atrelado ao projeto profissional, com um estilo de vida baseado em valores internos e não apenas externos e um propósito como aspiração e princípio norteador.

Vão perdurar as organizações que considerarem a vida pessoal de seus trabalhadores como complementar e, não, concorrente ou oposta à vida profissional. Pensem nisso e muito obrigado.

Que Deus o (a) proteja junto a seus familiares.

Um fraternal abraço

Armelino Girardi

Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas é o criador e mantenedor do portal www.desaposentado.com.br, idealizador e catalisador do Clube dos Desaposentados.