APOSENTADORIA: UM GRANDE DESAFIO DA SOCIEDADE – Boletim nº 138

O Brasil enfrente um dos maiores desafios deste século: o rápido envelhecimento de sua população, conjugado com o grande número de aposentados. Segundo dados do IBGE a expectativa de vida no Brasil alcançou 73 anos em 2009. Segundo as Nações Unidas, o Brasil terá, em 2050 a 5ª população mais velha do mundo. O que será desses cidadãos? Serão peso ou solução para suas famílias e para a sociedade?

Precisamos mudar este histórico e, de maneira especial, a cultura de que o aposentado é alguém inútil e que não tem mais condições de contribuir. Aposentadoria e o envelhecimento são consequências da vida e, portanto, precisam ser compreendidas como processos de mudanças inerentes ao desenvolvimento do indivíduo.

A aposentadoria é uma etapa importante na vida e traz uma série de questionamentos que podem contribuir para o aparecimento de problemas. Como um ritual de passagem, é um complexo momento de ruptura com a rotina de décadas e, dependendo da preparação, poderá ser enfrentado sem grandes problemas.

Para serem sustentáveis, as organizações precisam inserir no seu plano estratégico uma política que normatize e oriente tanto os procedimentos relativos ao encerramento do vínculo empregatício, por aposentadoria, como as etapas necessárias à preparação dos colaboradores para a transição de vida e de carreira, demonstrando, dessa forma, o respeito pelo colaborador e reconhecimento pelo trabalho dedicado à entidade.

No Brasil, os Programas de Preparação para a Aposentadoria, encontram base legal na Política Nacional do Idoso e no Estatuto do idoso, que prevê programas de preparação para a aposentadoria com antecedência mínima de dois anos antes da aposentadoria.

Entendo que a aposentadoria é uma questão de dignidade humana que precisa ser resgatada. É preciso preparar os colaboradores mais experientes, cidadãos ainda produtivos, para que possam encarar a nova realidade e enfrentar o mundo fora do trabalho formal com autoestima elevada e motivação necessária para novas atividades.

Demissões e aposentadorias fazem parte da rotina das organizações. Os processos e métodos, no entanto, podem ser mais humanos para que o desligamento não se torne uma experiência negativa e que não fiquem mágoas e ressentimentos. Por essa razão, é preciso preparar os colaboradores também nos casos de PDVs, PDIs e planos de incentivos ao desligamento. Além dos incentivos financeiros as pessoas precisam ser preparadas psicologicamente para a transição, mesmo que não seja por aposentadoria, para diminuir os impactos do desligamento.

O prolongamento da vida é uma aspiração de qualquer sociedade, mas só pode ser considerada uma real conquista na medida em que se agregue qualidade aos anos adicionais de vida. Tenho certeza de que a possibilidade dessas pessoas darem continuidade aos seus sonhos faz parte dos objetivos maiores da sociedade, entidades e organizações responsáveis e solidárias.

Percebam, pois, que preparar seus servidores/colaboradores para a aposentadoria também é sustentabilidade, por que é uma forma de contribuir para um mundo melhor.

Que Deus o (a) proteja junto a seus familiares

Um fraternal abraço e até o próximo artigo.

Armelino Girardi

Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas, criador e mantenedor do portal www.desaposentado.com.br e da escola virtual www.eadesaposentado.com.br.

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