Por um mundo sem máscaras – Clube dos Desaposentados – Boletim nº 174
Começo o artigo com um questionamento: que mundo é este em que estamos vivendo?
Os mais otimistas diriam que vivemos num mundo de enormes e inimagináveis avanços tecnológicos em todos os campos do conhecimento humano. Enquanto dormimos, em algum canto do planeta alguém está trabalhando para inventar ou aprimorar produtos e serviços que possam facilitar a nossa vida, tudo graças à revolução da informática & inteligência artificial. Vivemos literalmente numa aldeia global.
Este mesmo homem, que chegou à lua e só pensa em robotizar, substituindo homens por máquinas autônomas, não consegue resolver problemas básicos para a sobrevivência, como o saneamento básico, a saúde, a educação, a segurança nos grandes centros urbanos, entre outras questões, que fazem aumentar a pobreza e as desigualdades – no Brasil, um problema crônico e que aumenta dia a dia.
Vivemos num mundo injusto, onde um pequeno porcentual da população detém as riquezas acumuladas pelos PIBs e grande parte sobrevive de migalhas, sem teto, sem saber o que vai ter para comer no dia seguinte, sem…dignidade. Vivemos num mundo onde o capital se sobrepõe ao social, sem entrar no aspecto ideológico. Vivemos, sim, num mundo do superficial e do supérfluo, cada vez mais competitivo, individualista e egoísta. Tal competitividade sem ética leva à ganância, à indiferença, aos preconceitos resultantes da ignorância e à corrupção desenfreada- outra doença que corrói verbas que poderiam ser direcionadas para os menos favorecidos.
Vivemos, infelizmente, num mundo onde a espiritualidade ficou em segundo plano – ou mesmo em plano algum. Parece que palavras como divino e fraterno se tornaram fora de moda. Enfim, vivemos num mundo em que o “ter” é mais importante que o Ser, numa roda-viva de consumo que trouxe uma inversão de valores, princípios e atitudes, a aumentar o muro invisível que separa ricos e pobres.
Nesse contexto, já conturbado, para não dizer catastrófico, eis que surge um microscópico vírus capaz de matar. E o mundo fica perplexo. Mesmo com os avanços da ciência, o ser humano não vem conseguindo achar uma vacina contra a Covid19. Talvez isso seja um sinal dos tempos, não sei, um alerta de que o homem não pode tudo, mesmo diante de sua prepotência e arrogância. Um sinal de sua pequenez ante fenômenos da natureza. Um lado positivo, se é que se pode extrair algo de virtuoso nesse surto epidemiológico, o corona vírus mostrou: que não distingue ricos de pobres. Todos são iguais em sua fatal realidade, independente de raça, cor, nacionalidade, posição social, poder…
Que mundo você deseja para viver? Que mundo você sonha para seus netos e futuras gerações?
Que o mundo pós-pandemia do corona vírus seja um lugar habitável, mais justo, humano e com igualdade social, onde prevaleçam o respeito, o diálogo, a empatia e a solidariedade. Um mundo onde o SER se sobreponha ao TER
Sem máscaras. Simples assim.
Que Deus o (a) proteja junto a seus familiares.
Um fraternal abraço e até o próximo artigo,
Armelino Girardi
Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas é o criador e mantenedor do portal www.desaposentado.com.br e da escola virtual www.eadesaposentado.com.br