Se eu soubesse o que me determinara o destino?
  Se eu houvesse visto meus ganhos e danos?
  Se eu adivinhasse a borboleta de asas lindas mas frágeis?

                   Teria elegido outros caminhos?
                   Deteria a mão com as pedras?
                   Calaria o verbo que me matizou?

  Aceitaria outras opções em minha vida?
  Outra companheira? Outros filhos?
  Outra profissão? Outra fé?

                   Se soubesse de meus fados, eu os teria mudado?
                   Ou compreenderia que esta é uma vida única?
                   Se não é acaso, terei aprendido aquilo que vim conhecer?

  Será esta uma escolha prévia, segundo um plano divino?
  Será este o caminho ou uma parte de uma estrada mais longa?
  Nós  a  interrompemos  a  cada  morte  ou  é outra continuidade ainda por
  entender?

                   Haverá algum significado ou é uma corrida louca?
                   Há uma estação de chegada ou só o caminho e o caminhar?
                   Uma série de atração de moléculas ou a dança de Shiva?

  As escolhas que fiz me trouxeram aqui.
  Minha aprendizagem foi o que pôde ser.
  Minhas conquistas e as pessoas que me foram importantes são a minha vida.

                   Talvez não teria o ódio que muitas vezes me tomou.
                   Talvez não feriria a quem me amou.
                   Talvez, se eu soubesse, não mudaria nada.

*Luiz Ferreira Xavier Borges

Doutor em Engenharia da Produção pela COPPE/UFRJ

Advogado do BNDES há 34 anos, em vias de desaposentar-me

Email:lborges@bndes.gov.br