Quase – Boletim nº 28 – Abril 2009
Há cerca de dois anos me deparei com o artigo “QUASE- um texto muito especial”, de autoria do escritor e cronista Luiz Fernando Veríssimo. De lá para cá, venho aprimorando-o com observações acerca do meu cotidiano pessoal e profissional, que se misturam às brilhantes palavras do texto original. Trata-se de um texto lapidado a quatro mãos, cujas ideias nunca envelhecem; pelo contrário, ganham ainda mais vida. Uma crônica quase pronta, mas sempre incompleta. Como incompletos sentem-se aqueles que amam e vivem a vida em sua plenitude, em meio aos momentos de alegria e tristeza, derrotas e vitórias, prazer e frustração, perdas e ganhos, desilusões e sonhos…
Ainda pior que a convicção do não é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me machuca, trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou, ainda joga. Quem quase passou, ainda estuda. Quem quase amou, não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perderam por medo, nas ideias que nunca saíram do papel por essa maldita mania de viver o outono.
Pergunto-me às vezes, o que leva certas pessoas escolherem uma vida morna? Ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença de comprimentos de bom dia quase sussurrado. Muitos preferem o prazer da dúvida ante a convicção de um não.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece e o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, o sentir e o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons cinza.
O quase não ilumina, não inspira, não aflige e nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é a fé que move montanhas. Para o que não pode ser mudado, resta apenas paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros, há perdão, para os fracassos e os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque que a rotina acomode e que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais tempo realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, ajudando e cooperando que imaginando porque… embora quem quase morre, ainda vive, mas quem quase vive, já morreu.
Vilson Luiz Zanatta
Empresário e Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH PR)
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