Aposentadoria: doce delícia ou fonte de problemas? – Boletim nº 55 – 1ºFevereiro 2011
A resposta é uma só: depende de você!
Se você encara a nova fase de sua vida como oportunidade de realizar antigos sonhos, até aqui deixados de lado por pura falta de tempo, pode ser doce delícia; se, entretanto, achar que ainda falta algo na sua vida profissional, ou que se abriu um grande vazio com sua aposentadoria, não deixe que isto se transforme em fonte de problemas. O que não pode faltar é motivação!
Falta de dinheiro?Também há como resolver. Não comece a vestir o pijama, deixando-se jogado num sofá, esperando que a melancolia ou pior, a depressão tome conta de você. Há tantas coisas a fazer e muitas delas absolutamente de graça!
O indiano em geral trabalha até próximo aos cinquenta anos e, depois, vai cuidar de sua vida espiritual, dedicando-se à religião aos seus afazeres (e prazeres) no que lhe resta desta vida.
Mas você não precisa proceder dessa forma (a menos que a religião e o Divino sejam as razões de seu viver), pois há muitos outros objetivos que podem trazer sabor e tempero para esta nova fase da sua vida. Faça como os epicuristas, que buscam prazer em tudo com que entram em contato e relacionam-se.
A seguir, você verá, por meio de vários exemplos, como o que lhe parecia limitado e sem atrativos pode ser visto de uma maneira ampla e cheia de possibilidades e novas realizações.
ü Tente novas atividades, mude velhos hábitos por outros mais saudáveis;
ü Estimule sua curiosidade e alimente-a buscando informações e conhecimento sobre o que chama a sua atenção;
ü Faça aquele curso universitário que sempre quis fazer e não conseguia conciliar com os horários da sua atividade profissional (lembre-se de que você ainda pode ter trinta anos ou mais de vida).
ü Aprenda um idioma ou mais de um, além daqueles que você já domina.
ü Desenvolva seus pendores artísticos, se os tiver, para a pintura, desenho, escultura ou canto, enfim, talentos que sempre foram deixados para depois e agora podem ser lapidados.
ü Aprenda a tocar um instrumento, ou se já toca, toque mais vezes. Se você nunca pintou, escreveu, cantou, agora poderá fazer pela primeira vez, obtendo prazer nesta atividade.
ü E a dança? Quanto tempo não a pratica com a pessoa amada? E um pouco daquele gênero musical do qual você é fã? Que tal um curso de fotografia? E seus pendores para a marcenaria ou pequenos trabalhos manuais? Se as opções ainda não o agradaram, que tal voltar a desenvolver aquele passatempo que tinha na infância ou na adolescência e deixou de fazê-lo por falta de tempo e sossego?
Que tal curtir mais a família, estreitando os laços existentes? Bater papo com os amigos, ou fazer outros, novos e bons? Gosta de ajudar as outras pessoas? Voluntariado pode ser uma boa ideia.
Que tal dedicar-se à culinária, ler bons livros sobre o assunto e praticar? Ir às praias, aos parques, navegar na internet, ler um bom livro, revistas, ir à biblioteca, museus, exposições, observar os pássaros, assistir ao treino de seu clube do coração, tomar um ônibus urbano e sair sem destino, dar uma boa caminhada, passear com a bike, praticar jardinagem?
Que tal ver um bom filme, teatro, shows humorísticos, manter-se informado por meio dos jornais e noticiários da mídia? Ver e/ou praticar esportes que lhe agrada? Pintar a casa, de vez em quando, e até mudar a cor. Viajar, perto ou longe, visitando aqueles parentes que há muito não vê ou conhecendo novos lugares? Conhecer os locais e bastidores de eventos que sempre teve a curiosidade de ver como eram? Agora você tem tempo!
Como se vê, pode-se tudo, basta dar asas à imaginação…
Preocupado com a saúde? Que tal uma academia, fortalecer os músculos e melhorar a flexibilidade? Procurar reduzir o stress praticando relaxamento e meditação, talvez respiração ayuvérdica (concentrada no abdômen) através da yoga?
De tudo que pode escolher para tornar mais prazerosa sua existência, aproveitando sua riqueza em tempo e baixo stress, só não faça uma coisa: ficar ruminando os problemas, os quais podem ser irreais, deixe isto para os herbívoros e, também, não ponha lente de aumento ao olhar para eles. Agora, se insiste nisto, então vá fundo e procure as suas causas, para eliminá-las até mesmo com a ajuda, se preciso, de um psicólogo retroanalista.
De forma geral, ocupe-se e lance-se a novos desafios, tornando sua nova experiência de vida com a aposentadoria uma doce delícia. Faça tudo com tempo, já que agora é muito rico neste quesito, e sem stress, com muita calma. Não tenha medo de ser feliz.
Marcos Antonio Curi
Aposentado da Petrobras Distribuidora S.A.