Campanha da Fraternidade 2011: tema oportuno – Boletim nº 57 – 2º Março 2011
O mundo inteiro está acompanhando, alarmado, as recentes tragédias no Japão e nós, aqui no Brasil, os efeitos das já costumeiras chuvas próprias do início do ano. As distâncias entre esses locais é imensa, mas as consequências idênticas: enchentes, desmoronamentos, deslizamentos de terra, moradias sendo destruídas deixando milhares de pessoas desabrigadas, rodovias interditadas e vidas sendo ceifadas.
Causas? São mais do que conhecidas, com ênfase ao próprio homem. Por quê? Em virtude de sua desenfreada ganância, da busca do lucro a qualquer custo, do enriquecimento sem controle, entre outros motivos ligados a dinheiro e poder. Apesar dos imensuráveis recursos advindos do avanço da ciência e da tecnologia, paradoxalmente é o homem quem está destruindo a harmonia da criação divina.
A temática proposta pela Campanha da Fraternidade 2011 promovida pela CNBB é uma excelente oportunidade para nossa reflexão no chamado período da quaresma, pois aborda a questão dos cuidados com meio ambiente, com o tema “Fraternidade e Vida no Planeta” e seu lema “A Criação Geme em Dores de parto”.
O documento desta campanha da CNBB nos lembra de que recebemos do criador um jardim, mas infelizmente não o cuidamos como deveríamos. Nele, as florestas são devastadas, as flores desaparecem, as águas e as terras são contaminadas, o ar que respiramos é impuro, tornando o planeta doente. Destruindo a natureza, o homem destrói-se a si mesmo. Em um de seus capítulos, o documento destaca os modelos de produção e de consumo saudáveis em detrimento de modelos predatórios.
Em cada catástrofe, sejam terremotos, enchentes, inundações e até tsunamis, podemos sentir o planeta gemer e a humanidade fazendo o mesmo. Não há como simplesmente virar as costas e não se importar. Afinal, se ocorresse uma catástrofe em nível global, para onde iríamos?
Dom Orani João Tempesa, Arcebispo Metropolitano Rio de Janeiro bem lembra em um de seus artigos: “(…) Este planeta é o nosso habitat e não existe outro local até agora conhecido e possível de habitarmos”. Por isso, a CF2011 nos direciona para a conscientização sobre a sustentabilidade, por meio de palavras que ainda parecem desconhecidas para grande parte da população: reduzir, reutilizar, recuperar, reciclar, repensar…Essas e outras palavras podem e devem virar ações no nosso dia-a-dia, através da mudança de atitudes, comportamentos e alguns hábitos simples mas que fazem toda a diferença. Entre eles está o zelo pelo ar que respiramos, evitando queimadas – mesmo aquelas que muita gente costuma fazer nos fundos de quintal – e cuidando da manutenção dos automóveis e outros veículos que, se não devidamente regulados, prejudicam a camada de ozônio. Também é de fundamental importância zelarmos pela água, que está se tornando cada vez mais escassa, procurando usá-la racionalmente, seja na hora de cozinhar, seja em banhos menos demorados ou seja evitando torneiras abertas ou gotejando, isso sem falar nos vazamentos em canos e conexões. Outra medida relevante é cuidar dos rios e mananciais pertos de nossas próprias residências, alertando a vizinhança para que não jogue entulhos em seus leitos. Como é triste ver imagens onde aparecem móveis, geladeiras e outros utensílios boiando sem rumo pelos rios? Ou bueiros repletos de lixo que vão de papeis e garrafas a tocos de cigarro e copos! E o que dizer então dos terrenos baldios onde são despejados detritos como materiais de construção e outros calhaus? Nas compras no supermercado, lojas e até na padaria da esquina, devemos optar por carregar sacolas recicladas e pela compra de produtos com embalagens igualmente recicláveis e produzidos por empresas com postura ambientalmente responsável. Ainda em nossas casas, precisamos criar o hábito de separar o lixo comum daquele que pode ser reaproveitado em sacolas específicas, cobrando dos órgãos municipais competentes que recolham e destinem adequadamente esse material.
Enfim, não adianta cruzarmos os braços e reclamarmos das autoridades e quem desrespeita tais preceitos básicos da vida em coletividade. Urge adotarmos a postura de autênticos cidadãos preocupados com o futuro do planeta. E o tema escolhido para a Campanha da Fraternidade deste ano é, além de oportuno, um alento para todo ser humano que sonha com tempos melhores.
Que Deus o(a) proteja junto a seus familiares
Um fraternal abraço e até o próximo artigo,
Armelino Girardi
Ex- Presidente da ABRH PR, é palestrante, idealizador e catalisador do Clube dos Desaposentados
Lembrete: Nos próximos dias 14 e 15 de abril acontecerá o 15º Curso aberto de Preparação para a Aposentadoria. Informações no www.desaposentado.com.br