Ter o que fazer – Boletim nº 58 – 1º abril 2011
Depois de longos e quase intermináveis anos, ansiando por um descanso, o ser humano busca a aposentadoria, no entendimento de que, desfrutando do lazer, viverá melhor, sem as atribulações do dia a dia de cansativo labor.
Mas, dúvida atroz o preocupa.
Como passar os dias de que restam?
Será que a ociosidade lhe fará bem ou, também o preocupará?
Na realidade isso ocorreu comigo, após longo período de atividade judicante…
A aposentadoria seria, então, o remanso acolhedor?
Na verdade, o ser humano não pode e nem deve quedar-se inerte.
A própria saúde, como é curial, se ressentirá da demorada ociosidade.
Por outro lado, o mundo, com tantas necessidades, oferece ensejo para diletantes atividades, sem a obrigatoriedade dos horários intermináveis e ininterrupta prática de ações, cansativas para o peso dos anos.
O servir é, certamente, a forma de ocupação útil e enobrecedora, capaz de valorizar o praticante, oportunizando-lhe diversificada forma de ajuda.
A carência generalizada em vários setores da vivência humana, é a porta a nos convidar para entrar, a fim de que, com a experiência amealhada, encontremos algo para agir e nos fará feliz.
Em Rotary Clube, organização internacional, fundada em 1905, aprende-se o real significado dessa palavra, porque há apanágio de tal instituição que seus membros sejam úteis e sirvam à comunidade em que vivem, à Pátria em que nasceram e, outrossim, à toda a comunidade!
Tal ensinamento, no meu caso específico, foi de grande utilidade.
Muitas instituições de caráter social, educacional, religiosa, filantrópica, cívica e cultural e muitos projetos, como aqueles de amparo e proteção à infância desvalida, reclamam pelo nosso prestigiamento e constituem campo propício para a nossa ocupação.
Sentindo-se úteis e servindo, certamente seremos ditosos, fazendo jus ao ensinamento do magnífico filósofo Aristóteles, um dos mais influentes pensadores do mundo, de que, “A felicidade é ter o que fazer!”
Curitiba, verão de 2011
Luís Renato Pedroso
Desembargador Jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e vice- presidente do Movimento Pró-Paraná