Sabor de Conquista – PBP: 1230km – Boletim nº 73
A Volvo do Brasil, eleita, no ano de 2011, a Melhor Empresa para se Trabalhar, tem um Programa de Preparação para a Aposentadoria que considero exemplar. O Diretor de RH e Assuntos Corporativos, Carlos Morassutti, dá o exemplo e também participa do programa. Como soube que ele participou do Paris Brest Paris Randonneur solicitei a ele um depoimento, que transcrevo a seguir:
“Dizem que o bacana da vida é poder olhar para trás e com muito orgulho dizer: Valeu a pena! Faria tudo de novo.
Participar de uma prova ciclística centenária, da qual praticamente todos os participantes, independente da sua posição de chegada, saíram vitoriosos e puderam levar para casa o delicioso sabor da conquista, foi algo muito especial e extremamente gratificante. Experiência única, possibilitada pelo espírito randonneur do PBP e também pelo fato de cada participante poder estabelecer o seu objetivo pessoal a ser alcançado na prova.
O espírito guerreiro de cada ciclista precisou ser incorporado para enfrentar as mais adversas situações, com muita persistência e resistência, que em muitos momentos levaram ao limite fisico e mental. As adversidades se apresentaram para cada participante com graduações diferentes, desde um simples problema mecânico até o fator psicológico com todos os medos e fantasmas que a prova traz.
Estratégias diferentes foram adotadas para que cada um realizasse o seu sonho e escrevesse o seu nome no PBP, mas o objetivo maior nunca deixou de ser comum e coletivo: terminar a prova dentro do tempo escolhido e no prazo máximo de 90 horas estabelecido pela organização.
Neste sentido, o Paris Brest Paris 2011 foi o palco perfeito para que todos pudessem exercitar este espírito guerreiro e se tornassem efetivamente os heróis de suas histórias através de muito esforço e superação. O cenário foi idealizado com extrema maestria, perfeito desde os dias que antecederam a prova, passando pela vistoria das bikes, até o momento de cruzar a linha de chegada e de imediato poder ver as fotos do audacioso desafio concluído.
Como em qualquer grande espetáculo, o palco foi preparado para uma bela festa na largada, com muita empolgação, música e alegria. No ar um misto de ansiedade e de expectativa pelo que viria pela frente nos 1230km a serem pedalados. Chegado o momento esperado, todos a postos, muita adrenalina, mãos suando, corações batendo forte,milhares de guerreiros, dos mais diversos paises e nacionalidades, prontos para partir. Ao término da contagem regressiva e ao som de uma buzina, partimos em blocos como que seguindo uma procissão por um caminho muito bem definido e sinalizado, que dispensava qualquer mapa ou orientação.
Pedaladas e mais pedaladas. O tempo voava, a prova avançava e a prevista dispersão natural acontecia. A alegria e a empolgação dos primeiros quilômetros eram substituídas por um quase silêncio, que podia ser entendido como um sinal do primeiro cansaço ou apenas o desejo de contemplar a belíssima paisagem, que aliada à invejável infraestrutura da prova e do país, nos fazia pensar no quanto ainda temos a fazer pelo Brasil, principalmente no quesito respeito aos ciclistas.
Mais pedaladas e a constatação que o ponto forte, o mais marcante da prova, seria o espetáculo apresentado pelos expectadores, pelas pessoas que acompanhavam e apoiavam a prova ao longo do percurso, nas estradas e nas cidades, de dia e de noite, sob o sol e a chuva, com enorme entusiamo e muito carinho. Não importava a posição em que o ciclista se encontrava na prova, se estava bem ou esgotado. A admiração e o respeito eram demonstrados pelo desafio assumido e pelo esforço dispendido por tantas horas seguidas. Tratados como heróis, recebíamos palavras de apoio (allez), aplausos simples ou calorosos, músicas cantadas ou tocadas e até o oferecimento de bolo com café, acompanhados de um largo sorriso e muita gentileza. Em troca, apenas a sugestão de um cartão-postal a ser enviado no futuro.
A integração da prova, que acontece de 4 em 4 anos, com as comunidades locais era extremamente harmoniosa, química perfeita que gerava energia para recarregar nossas baterias, trazendo novas forças para que cada um pudesse dar o melhor de si na busca de seu objetivo. Passar por aquelas pequenas cidades, que a princípio pareciam todas iguais, mas que na sequência se revelavam cheias de sutilezas contagiava e nos enchia de emoções, especialmente naquelas em que éramos recebidos com banda de música ou com um solitário saxofone.
Estar no meio daquela legião de estrangeiros das mais diversas nacionalidades, em pequenos ou grandes grupos, cada um mostrando com muito orgulho na camisa ou no peito o seu país de origem, dispensava a fala de qualquer lingua estrangeira para pedalar juntos, pois o ritmo era determinado pelo girar do pedal e pela sincronização das trocas de marchas.
Acompanhar um pelotão no meio da noite andando mais forte, com toda a tensão e atenção requerida, e a minha bike rangendo alto foi simplesmente sensacional. Esse sabor se repetiu inúmeras vezes, no sol e na chuva, no seco e no molhado, na reta, na subida e na descida. Não tínhamos escolha do que vinha pela frente. Uma subida não era apenas mais uma subida, mas a certeza de encontrar algo novo, que podia ser uma nova paisagem, outra pequena cidade, mais pessoas encorajadoras ou somente uma outra subida que postergava a nossa recompensa.
Os pontos de controle da prova eram extremamente bem organizados, mas devido ao grande número de participantes gastávamos mais tempo do que o planejado. A compensação vinha na fartura de comida para alimentar o corpo e a alma. A visão dos ciclistas guerreiros nos pontos de controle, se alimentando ou apenas aliviando as dores e o cansaço, sentados, deitados ou encostados num canto, não era nada agradável. Retratava o ser humano na sua forma mais natural e primitiva, com toda a sua constrangedora vulnerabilidade.
Passaporte carimbado, chip registrado, pomada passada, corpo e mente alimentados, autoestima e confiança restauradas, a prova seguia o roteiro traçado com a mesma impecável organização e o tremendo apoio da população. Porém, a esta altura da prova e após tanta quilometragem percorrida, os guerreiros já não eram mais os mesmos de quando partiram. Fora a cabeça pesada e o corpo exausto, carregavam neste momento muitas outras experiências.
Da alegria da partida aos percalços do caminho, da incerteza na largada e agora a quase certeza da chegada, tudo isto fazia o pensamento rever as razões que nos motivaram a estar naquela empreitada. Inevitável não olhar para trás e rever o propósito de estar lá, o esforço da preparação, os audaxes brevetados, as dificuldades no percurso da prova, que foram diferentes para cada participante, os quilômetros já percorridos e os que viriam pela frente. E este pensamento só fortalecia e deixava mais próxima a chegada.
Ao mesmo tempo, saber que a chegada estava próxima parecia que a deixava mais longe. A sensação era de que um número muito maior de pedaladas era necessário para fazer um mesmo quilômetro quando do início da jornada, devido ao corpo já cansado e à ansiedade natural de enxergar a reta final. Pernas quase anestesiadas, corpo devastado, estômago corroído, fel na boca e cabeca zoando pelas horas não dormidas. Adrenalina a mil, a única vontade era de chegar. A voz que vinha de dentro era para manter a motivação para as últimas pedaladas da superação.
Ao finalmente vislumbrar o portal da chegada, brotam fortes emoções e mil pensamentos, entre eles a certeza da tarefa cumprida, da conquista, da superação, do autoconhecimento e do sonho realizado. Forças agora somente para comemorar a façanha.
Cruzo a linha de chegada 80horas depois da largada e, em meio a tantos pensamentos, surge o sentimento de privilégio por ter pedalado com meu irmão. Devido à distância geográfica e aos rumos que nossas vidas tomaram, só tinhamos pedalados juntos uma vez. E agora, lado a lado por tantas horas, como grandes amigos em busca de um mesmo ideal, é inesquecível. Obrigado, meu irmão. Valeu! Na próxima também vou de speed e você não vai precisar me esperar nem se perder.
Poeira tirada, banho tomado, fica a experiência e o aprendizado de uma grande aventura que todos, inclusive aqueles que ficaram pelo caminho, carregarão para sempre. O desejo agora é que este aprendizado, somado ao espírito randonneur, possa nos unir ainda mais pelo pedal. Que os e-mails trocados após a prova sejam apenas um pequeno mal-entendido e também um aprendizado. Que vestindo ou não a camisa do Brasil, mas carregando no peito o orgulho de ser brasileiro, possamos deixar nossas marcas no PBP, não só dos pneus nas estradas francesas, mas também do companheirismo e da amizade.
E que na bagagem de volta possamos sempre trazer o delicioso sabor da conquista e, se formos questionados sobre a experiência, que possamos responder com muito orgulho: Valeu muito a pena! Faria tudo de novo”.
Antonio Carlos Morassutti – 54 anos
Carlos.morassutti@volvo.com
Muito interessante,gostei aanalize pessoal do ciclista.É a própria vivencia de quem sempre trabalhou com objetividade e visando o futuro.Legal Continue com seus artigos ,são interessantes e com eles continuo aprendendo a vida de desaposentado meio a meio.Digo isto porque as vezes compareço ao local onde trabalhei por mais de 40 anos só para rever os inumeros amigos e acabo trabalhando sedmpre um pouco e isto me faz bem.Tatit
Dr. Tatit
Grato pelo contato e que bom que gostou do artigo, uma prova que, na maioria das vezes, somos nós mesmos que nos impomos limites. O depoimento do Carlos é uma demonstração de superação, mas para isso precisou cumprir várias etapas preliminares.
Bacana o texto. Demosntra vários valores. O desafio, a mudança, a coragem, a vitória. A vitória nem sempore é ganhar, mas sim ter coragem de assumir, começar e ir em frente. Parabéns para este ciclista que me incentivou a ter Uma coragem para enfrentar alguns medo que me impedem de realizar sonhos.
um abraço
Silma
Olá Silma
Parabéns, você, como sempre, lendo todos os artigos indicados e fazendo reflexões profundas. A inclusão e sugestão de artigos sobre temas relativos a nossa nova fase de vida tem justamente o objetivo de provocar reflexões e preparar-se para o nosso futuro. Concordo com você que não é fácil envelhcer, mas faz parte do processo e, inevitavelmente, todos iremos envelhecer. Como será? Dependerá de cada um, da maneira como preparar-nos para encarar nosso “amanhã” . Acredito que algo importante seja ocuparmos nossa cabeça, mente e coração com atividades que nos tragam prazer e o sentimento de valia, contribuindo com a sociedade. É fundamental mantermos sonhos e projetos que nos tragam “brilho nos olhos”, independente da idade. Recomendo tanto a leitura do artigo da Silvia, como o livro do teólogo beneditino alemão Anselm Grün, “A sublime arte de envelhecer” (Vozes, 2008)
Olá Silma
Realmente muito significativo esse depoimento do Carlos Morassutti, Diretor da Volvo da Brasil que também está em fase de preparação para sua aposentadoria. Ele é um executivo diferenciado, com um visão mais humana do trabalho e que incentiva os colaboradores da Volvo e se preocuparem com seu projeto pessoal de vida, atrelado, obviamente, a seu projeto profissional. “Existe vida fora da Volvo” é um termos que ele seguidamente utiliza e assume. Não é a toa que a Volvo está seguidamente entre as Melhores Empresas para Você Trabalhar.
A conquista do Morassutti mostra que é possível assumirmos desafios e que muitos dos limites estão na nossa cabeça e, muitas vezes, nos impedem de novas iniciativas por achar-nos velhos para tal.
O artigo Sabor da Conquista nos dá uma dimensão de vida muito mais ampla do que a temos hoje. Sempre lutamos para a conquista física de um prêmio ou para superarmos os outros concorrentes.
Neste depoimento de Morassutti percebemos que temos que superar a nós mesmos ajudando a outros nessa conquista, não de vencedores e vencidos, mas de superação de nossos limites que são inúmeros e que podem ser ultrapassados para chegarmos ao cume com prazer e satisfação de ter realizado sonhos e desejos.
Muito bom o texto.
“Ninguém pode conquistar o mundo de fora se não aprender a conquistar o mundo de dentro…”
Augusto Cury do livro SEJA LIDER DE SI MESMO (O Maior Desafio do Ser Humano)
Muito legal a experiência do autor deste artigo!!!!!
Ótimo exemplo, para ser seguido por todos nós.
Olá Darci
É isso mesmo. Se não for possível percorrer a mesma kilometragem, que sirva de estímulo para adotarmos outras atividades esportivas e de cuidados com nosso condicionamento físico.
gostei da frase ” olhar para trás e dizer, valeu a pena eu faria tudo de novo” , isso mostra a satisfação
do ciclista, e assim deveria ser com todos nós.
Olhar para trás er não se arrepender por algo que tenha ou não tehna feito.
Acredito que foi uma experiência fantástica do Carlos em participar de evento desta natureza.
A experiência do Carlos é um conjunto de desafios realizados ao mesmo tempo. Se encontrar com os limites físicos andam muito próximos dos limites mentais. Um belo exemplo, e que seja inspiração para enfrentar em nossas rotinas os “1230km” que sempre impedem de fazer o que deve ser feito.
Ótimo texto do autor. Aprendi que precisamos colocar o projeto de vida (pós aposentadoria) e lutar por ele. Não desanimar mesmo que seja difícil no começo: tropeços, as dificuldades, mas, com força e coragem venceremos.
Muito bom texto. Parabéns Silma, pelas palavras e principalmente onde diz:
Demonstra vários valores. O desafio, a mudança, a coragem, a vitória, nem sempre é ganhar, mas sim ter coragem de assumir, começar.
Não há vitória sem luta. A caminhada pode ser difícil, mas se desanimar, pode colocar tudo à perder. É melhor enfrentarmos os desafios com garra e coragem, pois certamente eles serão vencidos. Tudo passa, como as fazes das nossas vidas também passam. A maior gratificação que levamos, é a certeza de que tudo valeu a pena; e que se tivesse que repetir novamente, teríamos capacidade, técnica, competência e experiência para fazer acontecer tudo de novo.
Entusiasmo e determinação contagiantes! Tive a impressão de estar participando, junto com todos eles, passeando pelo interior da França. Apesar de ser realmente uma prova, deve ser recompensadora. Eu não sabia desta prova ciclística e fiquei curiosa. Procurei mais a respeito. Confesso que dá vontade de participar da próxima, já que há tempo suficiente, acredito eu, pois que será em agosto de 2015. Talvez, até lá, eu tenha mais tempo ainda, caso já tenha decidido me aposentar. É uma boa proposta … Gosto de desafios. Agradeço pela ideia.
Parabéns!
Parabéns pelo depoimento. Me imaginei nesta prova, a prova da vida. O inicio tranquilo e depois os obstáculos vão surgindo, mas ao mesmo tempo vamos admirando a paisagem da vida e vamos superando os obstáculos. Porém, a estrada é longa e as energias vão acabando, o cansaço vai batendo, mas vamos buscar o alimento e renovar as energias para chegar ao objetivo e quando os nossos olhos vislumbram a linga de chegada a sensação do dever cumprido toma conta de nós e vem a alegria e olhamos para trás e falamos com o nosso intimo “faria tudo de novo”.
A medida que ia lendo o artigo “Querer é poder”, do Antônio Carlos Morassutti, fui me identificando com a experiência de vida que ele relatou com tanta maestria, cheguei até a me emocionar. Primeiro porque minha mãe, que já não está mais neste plano, repetia muito esta frase “Querer é poder”. Segundo porque tudo que nós assumimos nesta vida tem que ser encarrado com determinação, com entusiasmo e não devemos nos intimidar com as dificuldades; temos que ter calma e sempre fazer o nosso melhor. Para mim estar com a família é tudo e saber que ele estava participando, deste “rito de passagem” com o irmão foi maravilhoso. Observe que eu disse rito de passagem e não experiência, aventura, vivência, ou qualquer outro sinônimo que o valha, pois para mim, esse texto pode muito bem ser o relato de uma vida de trabalho: a empolgação, o medo do novo e dos desafios, as pessoas que a gente conhece ao longo da vida, as confraternizações que participamos, as pessoas que ficam para trás, os momentos difíceis que enfrentamos e no final, já próximo a aposentadoria, a certeza do dever cumprido, e poder olhar para trás e não se arrepender da escolha e poder dizer que faria tudo outra vez.
Armelino obrigada por indicar este texto fantástico para nossa reflexão,
Grato pelo texto. A vida é um percurso longo cheio de obstáculos, só vence quem for até o fim.
Lindo e emocionante o texto, me reforça o pensamento que toda vitória sobre um desafio depende exclusivamente de nós mesmos, da coragem de iniciar, somente teremos certeza da vitória se tentarmos, e ao tentarmos daremos tudo de nós para conseguirmos. Como dito no texto, todos que tentaram, mesmo aqueles que não conseguiram, são vencedores.
Grande artigo! O Antônio Carlos deu belo exemplo de superação. Obrigada.
Parabens , um grande exemplo para todos , que sirva estimular outras pessoas a superar grandes desafios, em qualquer idade.
Muito interessante pois antes mesmo de vencer alguém , temos que nos vencer a si mesmo e provar para o nosso interior que temos capacidade superar grandes adversidades da vida.
Parabéns Antônio Carlos, lindo exemplo de garra e determinação !
Muito emocionante e demonstra que os grandes desafios existem mas que podem e devem ser superados, além da demonstração de companheirismo e persistência dependem de nós mesmo a vida é assim uma superação a cada dia e o orgulho do dever cumprido. Independente dos fracassos ou de quem por algum motivo ficou para trás o verdadeiro valor é participar, ou seja todos são vencedores.
Certa vez escutei de uma professora minha na Universidade de Taubate, Marilda Prado Yamamoto: “Viver é como pedalar uma bicicleta, se pararmos, vem o desequilíbrio, mas se continuarmos vem o equilíbrio, o cansaço, a parada e assim por diante, vivemos o ciclo de uma pista numa bicicleta”. Gostaria de parabenizar o autor deste artigo e a todos os protagonistas daquela prova. Acho que preciso pedalar mais.
Ezcelente a experiência do autor deste artigo e ótimo exemplo para ser seguido por todos nós.
Nossa vida é construída de desafios que se tornam mais prazerosos quando compartilhados com quem amamos. A atividade esportiva é sem dúvida a que mais congrega pessoas, em busca de um único objetivo: o de participar e atingir metas. Porém o mais gostoso de tudo isso é o encontro de amigos e, sobretudo de familiares. Tenho um propósito de participar da corrida e São Silvestre, em São Paulo, isso e´um objetivo que venho buscando há 30 anos. O entusiasmo só cresceu porque os meus filhos, que eram crianças na época, agora adultos, iram correr comigo.
> Muito bom o texto, isto faz com certeza olharmos para traz, e sem medo dizer que faríamos tudo de novo.
> Realmente a satisfação de ter realizado uma aventura, chegando ao final com êxito é com certeza muito gratificante. Em uma de minhas viagens pré estabeleci um roteiro de férias saindo RJ, passando pelo RS, Argentina, Paraguai, MS, GO, DF e por fim Belém no estado do Pará, foram um total de 9.000 Km rodados em passeios e visitas a amigos e parentes, e ao final a satisfação de ter chegado sem maiores problemas…… Muito gratificante…….
Este tipo de experiência que nos expõe e nos leva a conhecer nossos limites físicos e psicológicos são muito proveitosos no processo de autoconhecimento. Existe um pensamento que no momento não consigo lembrar seu autor, mas que quero compartilhar, ele diz: ” quem passou pela vida em brancas nuvens
e no placido repouso adormeceu
quem nunca sentiu o frio da desgraça
quem passou pela vida e não sofreu
foi espectro de homem mas não foi homem
só passou pela vida e não viveu”
um abraço fraterno
Depoimento de superação, força de vontade e determinação ante ao desconhecido, parece simples após concluído o percurso, porém para quem nunca se imaginou nesta situação o conhecimento de si próprio leva aos limites inimagináveis, tudo podemos se crermos que és possível.
Essa experiência pode muito bem ser comparada ao primeiro tempo da vida. A largada, quando jovens iniciando à vida, cheios de energia. Os obstáculos a vencer pelo caminho. Os momentos em que se precisa de ajuda e aqueles em se estende a mão. Os momentos de descanso e reflexão. Os caminhos tomados errados, que atrasam a chegada, mas que em alguns casos trazem boas lições. As parcerias equivocadas, que causam mal estar num certo trecho do percurso . A corrida como a vida requer amadurecimento e sabedoria para lidar com todas essas situações. A corrida pode ser vista como um pequemo exemplar da vida, um modelo, não no sentido de ser ideal, mas como uma versão reduzida que serve para analisar a vida real. Após a chegada, descanso, reflexão e inscrição para a próxima…
bom dia
O artigo sabor da conquista nos da uma visão diferente da nossa vida, até porque o nosso dia a dia já é uma conquista no Rio de janeiro ao sairmos de casa e voltar sã e salvo é uma conquista que poucos conseguem quando levantamos já imaginamos alguma coisa que pretendemos fazer para o nosso convívio de melhor maneira para conquista no decorrer dos dia.
Gostei muito do artigo. Lembrei-me que também tive uma conquista muito grande na vida. Sou militar e sofri nos tempos de Academia Militar por saber nadar muito pouco (50m) quando as provas exigiam 200m, no Treinamento Físico. Saí oficial com essa deficiência e assim foi até que aos 47 anos consegui atingir 200 m.
Fui servir na Amazônia e o terreno exige saber nadar; toda hora na selva existe um igarapé ou igapó para atravessar; então cheguei aos 400m.
Saindo da Amazônia, não me preocupei com isto, porém novamente o Exército me enviou para lá e o tormento recomeçou.
Um dia, na instrução de natação (obrigatória) eu cansei nos 150 m e pus a mão na borda…faltavam só 50 m para completar a meta daquele dia. Fui chamado duramente atenção na frente de todos inclusive os mais jovens e aquilo me doeu profundamente.Na hora do almoço, abdiquei da refeição e voltei à piscina sozinho (IMPRUDÊNCIA), “mordido pela vergonha que passara e comecei meu treinamento individual. A situação perdurou por quase dois meses e então, certo dia atingi os 500 m;na semana seguinte, 600 m; na outra 800 m. Na noite que antecedeu os 500 m, tive um sonho em que alguém me ensinava o selamento de rim para melhorar a flutuabilidade e deslizar na água, reduzindo o esforço na braçada e minimizando o cansaço; fui para a piscina e o apliquei o ensinamento do sonho e o resultado foi o citado. Curioso é que o sonho nada mais foi que reminiscência dos ensinamentos na instrução de natação na AMAN que eu ignorara deliberadamente.
Para finalizar, em novembro atingi os 2000 m e nadar 500 m era o prato do dia e às vezes o aperitivo. Eu só decidia quanto iria nadar , após essa marca. Em janeiro matriculei-me em um curso de mergulho e o conclui aos 54 anos, habilitado para águas oceânicas.
Sou grato a Deus que me enviou o sonho que me permitiu realizar o que eu considerava impossível e Ele cororou de êxito o meu esforço.
Compreendo bem a sensação descrita pelo autor, sensação de vitória, de superação, de realização. Recentemente, após me aposentar realizei um sonho que acalentava há muito temo: comprei uma Harley Davidson. Pode parecer que não é nada demais. Entretanto, essa foi a minha primeira motocicleta, uma Ultra Limited, a maior e mais pesada de todas. Isso foi apenas há 2 anos. Dominar uma máquina dessa foi um grande desafio que superei com cursos práticos. Mas a maior realização foi percorrer 4.260 km em sete dias de viagem pela Rota 66 em terras americanas. Isso sim, em tão pouco tempo de experiência, foi um sonho realizado. E valeu cada centavo investido. Isso dá vida.
Excelente o texto. É uma grande prova de superação. Com força e coragem vencemos as dificuldades da vida.
Faço uma analogia com o meu trabalho. diferente do Carlos. Valeu a pena! Mas, faria quase tudo de novo.
Sem sombra de dúvidas, uma experiência ímpar à participação do Carlos Morassutti. Uma prova de superação, de transpor seus próprios limites, os quais creio, ele jamais imaginava conseguir tamanha façanha. Existem momentos e situações em nossas vidas, que não devemos temer, mas, enfrentar para temos a certeza de até aonde somos capazes de nos superarmos.
Carlos Morassuti nos monstrou através da análise pessoal do ciclista, a vivência própria, trabalhando com objetivo visando sempre o futuro , onde nos passou muito aprendizado e superação dos grandes desafios em qualquer idade.
Paulino Caceres Filho
O texto permite fazer um paralelo com o tema, já que fala em sabor de conquista após um percurso em que haja empenho, superação, sonhos realizados, algumas perdas, medo, mas nunca desistir, chegar à reta final com o orgulho de puder olhar para trás e ver que valeu a pena e daria pra fazer tudo de novo.