Busque um sentido maior para sua vida – 4º passo na transição para a aposentadoria – Boletim nº 88
A felicidade é, com certeza, o grande sonho de todos os seres humanos. Ser feliz, mais do que um estado de espírito, poderia ser classificado como uma necessidade básica de sobrevivência, assim como respirar, se alimentar, beber, dormir, e outras necessidades.
A busca de um sentido para a vida é a maior motivação do homem e quando esta necessidade não é satisfeita a vida parece vazia. A compensação financeira, ou, a segurança social não bastam. O homem não vive apenas de bem-estar material.
As pessoas buscam algo que diminua a tormenta do cotidiano e as impeça de serem tragadas pelo trabalho.
Qual o sentido da vida? De onde vem a força? Onde buscar energias, recarregar as baterias? De uma forma ou de outra, todo ser humano procura dar mais sentido à sua vida, de modo a criar um objetivo, uma ligação com algo maior.
Para os mais centrados, felicidade é estar bem consigo mesmo, com os outros e com o mundo a sua volta. Estar de bem consigo mesmo tem a ver com sua dimensão espiritual. Essa é uma área muito pessoal da vida, mas de suma importância.
Cada vez mais as pessoas estão se atendo à importância de cultivar a espiritualidade para ganhar essa alma, que mobiliza a energia interior do ser humano, fazendo-o descobrir um novo sentido de vida. Claro que todos nós estamos sujeitos a sofrer de crises existenciais ao longo da vida, com questionamentos de toda ordem.
A espiritualidade e a fé em um ser ou algo superior nos ajudam a enfrentar as turbulências do estressante dia a dia no trabalho e na vida pessoal, bem como a ganhar coragem e confiança necessárias para vencer desafios e nos superar. A contínua contemplação e reflexão sobre quem somos e para onde vamos, levam-nos a fortalecer o caráter e a perseguir valores como ética, moral e respeito ao próximo, atributos cada vez mais raros.
A busca da espiritualidade resulta em maior motivação e felicidade, mostrando que os bens materiais não são um fim em si mesmos. Assim, o ambiente social e familiar tornam-se mais espiritualizados, o que facilita a comunicação e relacionamento interpessoal.
Tome a vida como uma melodia, que tem notas – os acontecimentos da vida – e pausa entre duas notas. É durante a pausa que a qualidade das notas nasce.
Esta metáfora traz a resposta. O caminho é investir no seu mundo interior e desenvolver alguma prática de interiorização e meditação. É a forma para uma compreensão mais profunda sobre a vida. É o caminho para buscar novos níveis de bem-estar pessoal e maneiras simples de viver e de se encaminhar para a paz.
Há pessoas que têm medo do silêncio. Quando compram um carro, de imediato instalam um som. Quando sozinhos em casa ligam a TV para ouvir barulho. Andam na rua com um som plugado no ouvido e não dão paz a seu espírito, pois não sabem se aquietar e muito menos meditar.
Já que somos corpo e alma, são duas as formas de silêncio: a do corpo e outra da alma. O silêncio físico se faz pelo aquietar-se, afrouxando e relaxando os olhos, boca, mãos e demais partes do corpo. A vivência do silêncio da alma é outro recurso ao nosso alcance, uma novidade para a maioria das pessoas, que é a meditação. Para isso é preciso afastar pensamentos e devaneios, calando a tagarelice da imaginação e da fantasia.
Dar uma parada não é fugir da vida, jogar tudo para o alto ou evitar responsabilidades, mas perceber o que é realmente importante, quais nossos valores e trazê-los para o cotidiano. Pois é na parada para essa interiorização, que o significado da vida surge.
Meditar não quer dizer alienar-se, mas aprender a ouvir o seu coração e encontrar a paz. Na verdade, significa ser totalmente honesto consigo mesmo, observar bem o que se é e trabalhar com isso de forma a se tornar positivo e útil, para si e para os outros.
Meditação é uma atividade da consciência. É estar presente, fazer o que se está fazendo, viver o aqui e agora. É ver além das aparências, é enxergar o que se esconde na magnitude do universo, na beleza de uma flor, na pujança de uma árvore, no voo dos pássaros. Meditar é fazer silêncio para maior contato consigo mesmo, é contemplar, descobrir o seu Criador e focar no amor.
Se você compreender e assumir esta caminhada, com humildade, dedicação e amor, aos poucos passará a ver com os olhos do Criador, o que lhe permitirá conectar-se de forma mais harmônica com o mundo real e viver mais relaxado e com menor ansiedade.
Portanto, reserve um tempo para se encontrar consigo mesmo. Isso contribuirá para enriquecer sua espiritualidade e autoestima, fortalecendo suas energias interiores e o espírito de fraternidade e solidariedade que existe em você.
Que Deus o (a) proteja junto a seus familiares.
Um fraternal abraço e até o próximo artigo,
Armelino Girardi
Para reflexão: “Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual, mas seres espirituais tendo uma experiência humana”. (Pierre Teilhard de Chardin)
bela meditação, belo comentário
Gostei e acredito profundamente no que está escrito e que se chama FELICIDADE: a busca por nós mesmos. Quem somos? A maior vitoria da minha vida foi o trabalho de psicanalise que fiz durante anos de minha vida. Dei uma pausa agora para ir conseguindo elaborar sozinha as minhas coisas do meu mundo interior. Com certeza quero voltar para trabalhar mais este infindável mundo do nosso inconsciente.
Profundo e rico pensar!!!!!!!!!!!!!
Importante é da consciencia se obter a pratica!!!
Vamos buscar!!!!!!!!!!!!
Olá Amauri
Você está certo, pois a busca de um maior sentido para a vida é uma necessidade para qualquer ser humano.
Penso que a busca de um maior sentido para nossa vida é uma necessidade. Essa necessidade pode surgir em alguma fase de nossa vida. No entanto, quando isso acontece antes do segundo tempo (antes da aposentadoria) parece que não temos tempo nem “clima” para tentarmos resolver tal “proeza”. Com a proximidade da aposentadoria é quase inevitavel se pensar na vida ou em um maior sentido para ela. Mas, fica uma perguna: Será que todos que buscam, encontram?
Adorei o texto! Como sempre, são palavras que fazem muito sentido e nos encorajam à viver no segundo tempo da vida.