Artigo:Descubra sua vocação – 6º passo na transição para a aposentadoria – Boletim nº 94
Nos primeiros dias e meses da tão esperada e merecida aposentadoria tudo são flores… Depois de um tempo, porém, os dias começam a ficar mais longos, as noites demoram a passar, surgindo daí um profundo sentimento de vazio, uma sensação de inutilidade e inatividade, o que resulta numa baixa autoestima e outras consequências nefastas.
Este passo merece uma atenção especial, pois temos diversos tipos de aposentados. Há os felizardos e abonados que realmente não precisam mais trabalhar para garantir seu sustento e manutenção do padrão de vida. São os que se aposentam com sua remuneração integral e com a manutenção dos benefícios mais significativos. É uma minoria no caso do Brasil.
Essa condição privilegiada por si só, no entanto, não é garantia de felicidade. A ausência de sonhos e de ideais pode gerar uma acomodação, uma inatividade, e uma série de outras consequências. É como se fosse o caso de águas paradas. Conheço vários exemplos desses que resultaram em depressão, outras doenças e até morte prematura. Já tive vários participantes de cursos, especialmente homens, nessa condição e onde era notável a ausência de brilho nos seus olhos. Quantos aposentados procuram se ocupar somente para não ficar em casa, pelo fato de não terem descoberto o prazer da vida longe da atividade profissional?
Infelizmente temos que considerar que a grande maioria das pessoas no Brasil sofre uma drástica redução salarial ao se aposentarem precisam ainda de atividades remuneradas. Mas, quantos desses aposentados transformam sua atividade no exercício de uma vocação? Quantos têm prazer no que fazem? Deixo as respostas para você, caro leitor.
É por essa razão que, para o aposentado, substituo a palavra trabalho por atividade ou ocupação. Ocupar-se, portanto, é a palavra-chave, mesmo porque, manter a mente ocupada com algum projeto ou atividade faz bem ao corpo, mente e alma.
Você tem agora uma grande vantagem, em relação ao início de sua carreira. Agora poderá escolher o que fazer, algo que realmente agregue valor e que o torne feliz. A remuneração, portanto, não deveria ser o fator determinante para a decisão do que fazer. É terrível trabalhar só para se ganhar dinheiro.
Permita-me fazer uma colocação provocativa. O que é vocação? Quantos testes vocacionais ou entrevistas você fez em sua vida, quer nas escolas ou na atividade profissional? Quais eram os objetivos desses testes? Eles tinham apenas o objetivo de direcioná-lo (a) profissionalmente, de indicar quais das opções de carreiras seriam as mais apropriadas. Tudo, portanto, voltado unicamente a sua atividade profissional. Mas quem disse que vocação tem a ver só com trabalho? Será que nós viemos a este mundo só para trabalhar? Se assim fosse, ao se aposentar, as pessoas não teriam mais nenhuma vocação, como muitos, pelo menos teoricamente, não teriam mais profissão.
Segundo o dicionário Aurélio, “vocação é o ato de chamar, escolha, predestinação, tendência ou inclinação, talento, queda, simpatia, predileção e pendor”(…) Então pergunto: Qual sua vocação como aposentado? Será só uma mera continuidade de sua profissão, de seu trabalho? Dizer que o aposentado não tem nenhuma vocação seria o mesmo que afirmar que não possui mais nenhum talento, que não tem nenhuma atividade, ocupação, objetivo, nada enfim que possa fazer seus olhos brilharem. Reflita sobre isso e descubra sua verdadeira vocação.
A aposentadoria é a oportunidade de retomar os projetos parados, os sonhos abdicados em favor dos filhos ou mesmo do trabalho. É a hora de retomar o seu ritmo e buscar reinventar seu mundo, agora com calma e maior satisfação interior. É tempo de realizar atividades cuja realização não foi possível durante a vida de trabalho. São muitas e variadas as alternativas e oportunidades, dependendo do interesse de cada um.
Abrir um negócio próprio, prestar alguma consultoria/assessoria, abraçar uma causa social, trabalhar na franquia de um membro da sua família, montar um negócio para prestação de serviços terceirizados são apenas algumas das opções.
Existem também opções de atividades não remuneradas, dependendo de seus sonhos e desejos: algum hobby, interesses culturais, esporte, ginástica, caminhadas e muitas outras.
Que Deus o (a) proteja junto a seus familiares.
Um fraternal abraço e até o próximo artigo,
Armelino Girardi
Bom dia:Sr. Armelino.
Aposentei em setembro de 1997, mas continuei trabalhando até 02/07/12, ou seja mais 15 anos. Estou com 71 anos, graças a Deus com saúde.Trabalhei desde os meus 10 anos.
Tenho uma razoavel situação financeira, mas conforme sua explanação tenho que procurar alguma atividade, remunerada ou não.
Obrigado.
Antonio
Tenho 63 anos e sou aposentada há mais de 12 anos.e conheço vários que estão no mesmo caminho. Tudo é uma grande ilusão neste nome “aposentadoria”. É difícil conseguirmos um trabalho interessante e que nos dê prazer … no Brasil 60 anos é VELHO! (e nã época que saí não tinha 50 anos). O salário desaparece… Saí com uma aposentadoria no teto… Acho que daqui há alguns anos vou somente receber 1 salario minimo. ESTÁ É A GRANDE REALIDADE DOS APOSENTADOS.
Olá Maria Lucia
Concordo com você que nosso sistema de Previdência não é justo e precário. Minha luta é incentivas os aposentados que precisem de um complemento de renda a buscar algo que lhes dê prazer, satisfação antes de tudo e que a remuneração seja consequência desta nova atividade. Espero que novas oportundiades surjam para você também.
Após 38 anos na mesma Empresa estou parando então serei mais uma desaposenatda . Bom minha aposentadoria é baixo aposentei com 48 anos e 25 de contribuição , Hoje aos 60 anos estou parando . mas sempre continuei descontando para o INSS teria alguma chance de refazer essa aposentadoria??
Olá Bárbara
Parabéns pela sua decisão de viver como uma desaposentada. Desejo-lhe sucesso no 2º tempo de sua vida. Quanto a seu questionamento sobre a aposentadoria sugiro procurar algum escritório de advocacia que trata desta questão que não é objeto do Clube dos Desaposentados, que tem por objetivo aglutinar pessoas que rimam aposentadoria com sabedoria, filosofia, poesia e alegria.
Ola pessoal.
Sou um aposentando, já fiz até o curso com o professor Armelindo e gostei muito. Não do conteúdo, pois ele é comum e conhecido de todos nós, mas sim da proposta. Tive muitas oportunidades para ampliar conhecimentos na RFB onde trabalho, muitas portas se abriram, procurei mantê-las abertas não só para poder atender os meus projetos pessoais, mas, principalmente buscando tornar os relacionamentos interpessoais e os projetos de realização uma filosofia de vida.Mesmo assim, os momentos que antecedem a decisão definitivas são muito difíceis. Em que pese as diversas opções, ficamos inseguros em relação as escolhas. Ficamos receosos de não represar o sucesso de até então aou ainda, se for o caso, não encontrarmos o verdadeiro caminho nesta fase tão importante de nossa vida. Com tudo isso que vale muito enfrentarmos mais este desafio. Espero encontrá-los nessa nova etapa de nossas vidas.
Caro Mauro
Grato pelo contato e por partilhar suas preocupações com a nova fase de vida, o que normal, especialmente para quem trabalha muito tempo numa mesma profissão/empresa e gosta do que faz. Mudanças e transformações, em geral, assustam as pessoas. Mas, lembre-se do comparativo da vida com um jogo de futebol…você está agora iniciando o 2º tempo de sua vida, com toda experiência e aprendizagem do 1º tempo. Pense num período sabático, pois você merece, e depois parta para o 2º tempo com novos sonhos, transforme seus sonhos em projetos e os projetos em vida. Você descobrirá, com certeza, novas atividades/ocupações que lhe trarão “brilhos nos olhos” e oportunidades de muitos e belos gols no 2º tempo. Sucesso.