Em que mundo estamos vivendo? Boletim nº 111- Clube dos Desaposentados
Estamos diante de uma evolução tecnológica sem precedentes e que abrange todos os campos de atividades. Esses avanços, no entanto, têm seus prós e contras, no que se refere à revolução de hábitos, costumes, modos de viver e os desafios a adaptações contínuas. Ao mesmo tempo em que isso força uma desacomodação, traz a insensibilidade, a exclusão social, a insegurança e o medo de tudo o que é novo. De um lado temos o fortalecimento dos conceitos de sustentabilidade e de outro o poder que o homem tem para destruir o seu habitat natural.
Com a globalização aumentaram as diferenças entre os países ricos e pobres, em especial no que se refere à concentração de renda. Parte da população do planeta ainda passa fome ou é vítima de doenças perfeitamente curáveis.
Já poderíamos ter aprendido com a trágica experiência das bombas atômicas, das guerras e com o fatídico 11 de setembro! O mesmo ser humano que se comunica via satélite e virtualmente com o mundo inteiro não conseguiu acompanhar esse progresso, sobretudo em termos de solidariedade e fraternidade para com o próximo.
Convivemos numa sociedade de consumo, onde impera o individualismo, as aparências e as relações instantâneas. O “ter” se sobrepõe ao “ser”. As pessoas valem pelo que têm e não pelo que são, numa total inversão de valores.
A regra é a “lei do mais forte”, do perde-ganha, um mundo em que tudo tem seu custo. Cadê a ternura? Ternura não é sinal de falta de personalidade. Ternura é amar, mesmo quando é necessário dizer não. Ternura é simpatia pelo outro, independente de virtudes, sabedoria, cor, raça, credo, idade ou situação financeira. É saber que o outro é importante. Ternura é apostar na capacidade de crescimento pessoal, profissional e espiritual de cada um.
Precisamos construir um mundo no qual as pessoas sejam realmente o centro das preocupações e a felicidade seja uma realidade para todos os povos. O desafio de nossa geração é criar condições espirituais e sociais que garantam a todos a alegria interior de viver, além, obviamente, da sobrevivência do planeta.
Um passo nessa direção é cultivar princípios universais ora abandonados, entre os quais constam valores como a ética, a justiça, a solidariedade, a compreensão e o amor.
Estamos ainda sob as emoções que a visita do Santo Padre Papa Francisco nos deixou em sua recente visita. Quanta humildade! Quanta delicadeza! Quão profunda e singela sua mensagem. Com sua simplicidade e carisma deixou um legado ético e espiritual para todos os povos, incentivou o diálogo com o outro e com o diferente, como um bom samaritano, referindo-se as duas pontas, jovens e idosos. Fez um forte apelo à honestidade e um chamado para que se reascenda a esperança na vida humana. Papa Francisco sinalizou o caminho a seguir para alcançarmos a paz que pode ser demonstrada por crianças saudáveis e estudando; jovens e adultos trabalhando e vivendo como verdadeiros cidadãos; aposentados úteis e contribuindo com a sociedade e idosos acolhidos e respeitados pelas respectivas famílias e sociedade. Que suas palavras tenham caído em terreno fértil e produzam algum resultado positivo em nosso tão sofrido Brasil
Que Deus o (a) proteja junto a seus familiares.
Um fraternal abraço e até o próximo artigo,
Armelino Girardi
Criador e mantenedor do portal www.desaposentado.com.br, idealizador e catalisador do Clube dos Desaposentados.