Um negócio pode ter duas alegrias: A primeira, quando abre. A segunda, quando fecha – Boletim nº 124.

Talvez, depois de muitos anos de trabalho, finalmente é chegado o início da tão sonhada “contagem regressiva” para a sua aposentadoria. E olha que foram anos pensando e se programando para este momento.

Na qualidade de Consultor e Professor Universitário, a primeira coisa que faria, seria dizer-lhe com toda franqueza, que se você levou a vida toda para chegar onde está e conquistar o que conquistou, talvez não seja esta a melhor hora para aventurar-se em algo que coloque em risco o seu patrimônio.
Porém, não posso deixar de incentivá-lo a não ser mais um usuário do tão questionado “kit aposentadoria” – pijama, chinelo e TV. Claro, isto não quer dizer que devamos incentivar a prática de atitudes insanas que possam comprometer o seu futuro por conta de uma aventura que normalmente tem três etapas claramente distintas:

Não posso viver sem isso. É o famoso “entusiasmo selvagem” que impulsiona o ser humano a usar a impensada “matemática chinesa”, que em outras palavras, está associada à atitude inconsequente de fazer contas aleatórias olhando apenas para os grandes números: A China tem mais de 1,3 bilhões de habitantes. Logo, se 1% comprar o meu produto ou serviço o sucesso por si só já está garantido. Será?

Não estou gostando disso. As primeiras barreiras logo se transformam em decepções. Isto pode ocorrer por diferentes razões, mas sempre ligadas a nossa incapacidade de ver uma solução para os problemas que começam a se apresentar. Pense que talvez a sua personalidade não foi moldada para ser um empreendedor, logo, não está habituado às adversidades do mercado, a concorrência desleal, a clientes infiéis e outras tantas variáveis negativas que o mercado sistematicamente apresenta.

Não quero mais viver com isso. As primeiras decepções tornam-se fortes motivadores para jogar tudo para o alto e então, o caminho mais prático e lógico é o da fuga. E então, como seres humanos, tendemos a desistir de tudo antes mesmo de avaliar e entender porque tais fatos sucederam.

Agora pense um pouquinho. Que tal se você tivesse planejado e definido com clareza a sua ação? Certamente, nada do que foi retratado acima teria ocorrido.

Apenas para exemplificar, posso afirmar que o conceito “desaposentado” foi cunhado a partir de muito trabalho introspectivo, que num primeiro momento definiu uma linha de posicionamento e por consequência, uma linha de ação para um negócio que fosse capaz de trazer benefício a um nicho específico de potenciais clientes no mercado. E aí está um negócio focado, e a prova disto é que você está gastando o seu tempo para ler este artigo.

Se ainda restam dúvidas, quero sim dizer, que a base de tudo é o planejamento e juntamente com ele a indispensável definição daquilo que nós profissionais de marketing definimos como “foco no negócio”. E é justamente isto que fez, por exemplo, Leo Pujals.

JENNINGS e HAUGHTON (2001) em seu livro Não são os Grandes Mas os Rápidos que Ganham, contam que em 1990, Leopoldo Fernando Pujals, um gerente de vendas da Johnson & Johnson na Espanha, começou a observar o aumento do número de mulheres na força de trabalho espanhola e pensou que elas poderiam estar muito cansadas para encarar a cozinha no final do dia.

Na oportunidade, ele previu o fim da tradicional siesta e dos jantares tarde da noite com a pesada culinária espanhola. E foi aí que pressentiu que estava surgindo um novo nicho de mercado: refeições rápidas entregues em casa.

Depois de ter estudado exaustivamente o mercado e usando todo seu feeling de bom executivo, pegou US$ 100 mil, que era a poupança de toda a sua vida e abriu a Telepizza, que logo se transformou num império de mil pizzarias que compunham uma fantástica rede de fast-food de US$ 2 bilhões. Resultado: Fez em dez anos o que o McDonald’s levou vinte e sete.

Agora pare para pensar. Você já viveu o bastante para ter a seu favor o maior dos capitais para implementar qualquer negócio: O conhecimento da história. O que talvez lhe falte, é uma metodologia para pensar e refletir a respeito da mesma.
Lembre-se que a história é cíclica. Os fatos que se sucederam no passado voltam com uma nova roupagem e podem acontecer novamente no presente ou num futuro bem próximo.

Por isso, antes de qualquer coisa, pense um pouco a respeito das seguintes questões:
• O que eu mais gosto?
• O que e quanto eu conheço a respeito deste tema?
• O que me faria sentir extremamente gratificado a ponto de trabalhar com grande entusiasmo horas a fio, mesmo sem ter a perspectiva de ganhar um único centavo?

Não tenha pressa. Reflita, analise e volte a refletir a respeito das respostas. O que importa é que você pense com honestidade para consigo mesmo e quando tiver concluído, certamente vai ficar faltando a resposta para mais uma pergunta: O que é necessário para implementar um novo negócio?

Calma! Esta resposta você vai ter num próximo artigo, que tem justamente este título. Enquanto isso pense.

Reinaldo Martinazzo
Profissional de marketing, professor e parceiro do Clube dos Desaposentados
www.vitoriamkt.com.br

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