Tudo passa! Boletim nº 126
Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar
João Guimarães Rosa
Estou triste com o vexame de nossa Seleção. Uma crise importante, uma perda enorme, expectativas frustradas. Mas, as crises sempre nos mostram que chegou a hora de mudar. Isso é inadiável! A frase “tudo passa!”, tão divulgada na tatuagem de Neymar, nos mostra que esses sentimentos de derrota também vão passar, principalmente se novos comportamentos tiverem lugar.
Conheço pouco de futebol, não é minha diversão predileta, mas sei avaliar o que é trabalho de equipe, o que são táticas e estratégias bem sucedidas, o que são resultados que vêm de esforços dedicados de treino, de educação, de competência.
As crises nos impelem a transformar um estado de paralisia em movimento. É como se as trilhas mentais dos caminhos conhecidos fossem questionadas e surgisse a seguinte mensagem: “mexa-se, mude, faça diferente!”.
Esse vexame do futebol lembrou-me que uma profunda mudança cultural precisa ocorrer em nosso país, em nossas comunidades, em nossas organizações.
Que tal:
• Pararmos de buscar culpados pelos nossos fracassos, e assumirmos nossa parte de responsabilidade e pararmos de querer que outros resolvam nossas dificuldades?
• Agirmos para assegurarmos nossos direitos como cidadãos? Pagamos impostos de 1º mundo e temos serviços de 3º mundo
• Pararmos de improvisar e nos dedicarmos a planejar e executar bem nossos papéis?
• Melhorarmos nossas estruturas e termos bons resultados na saúde, educação, transporte e segurança? Queremos soluções e não promessas mal cumpridas
• Termos para valer a produtividade, a meritocracia e a valorização do desempenho, em todas as organizações e instituições, privadas e públicas?
• Termos uma justiça ágil, na qual cada cidadão arque rapidamente com as consequências de seus atos?
• Irmos às causas mais profundas, ao invés de apenas aliviarmos os sintomas?
• Diminuirmos as desigualdades sociais com mais e melhor educação, produtividade e oportunidades?
• Começarmos a agir em benefício do Brasil e não em benefício de uma pessoa, de um partido ou da próxima eleição?
Nas crises, as coisas não funcionam mais como deveriam: as ações que resolviam determinados problemas não trazem mais resultados. Como fazer sempre o mesmo e esperar um resultado diferente?
A Copa acabou para nós, mas o Brasil continua. Passada essa ressaca de infindáveis feriados, de país parado por um mês, é hora de retornar ao trabalho, de investir em melhorias e no desenvolvimento das lideranças e das pessoas, de mudar paradigmas que se tornaram obsoletos. Se tivermos vigor, rapidez e intensidade nesses processos, pela frente encontraremos muitas vitórias.
Gustavo G. Boog
Parte desse texto baseada no E-Book Ganhos & Perdas: como superar crises e abrir-se para novas oportunidades. Vide http://www.amazon.com/dp/B00H3IX1TE