A Lente, a Chave e a Porta – Boletim nº 14 – Junho 2008
Dois raciocínios vistos em recente evento de que participei me ficaram na cabeça. Não por serem novos, uma vez que sempre acreditei neles, mas por ter percebido como é difícil vivê-los.
O primeiro nos lembra, que se olharmos o presente ou o futuro com a lente que foi moldada em momentos específicos de nosso passado, podemos cair na armadilha de ficarmos presos a mágoas, a sucessos ou a necessidades, que não mais existem. Uma dor de amor mal curada pode contaminar uma nova relação. Um aplauso unânime distante no tempo, mas presente na memória, pode não deixar ver um erro presente. Um agasalho confortável pelo uso pode estar, na realidade, velho e puído – precisando ser substituído.
Como não lembrar de Raul Seixas nos gritando aos ouvidos que, gostemos ou não, “o novo sempre vem”.
Tenho um filho em idade de definição profissional. Ele conseguiu levar a vida de estudante com muito prazer. Na realidade, foi tanto o seu sucesso acadêmico que agora não consegue se imaginar fora. Não consegue aceitar que acabou. Eu estava lidando muito mal com isso até o evento a que me referi.
Percebi, então, que eu, que estou às portas da aposentadoria, continuo olhando meu futuro como empregado da empresa onde trabalhei a vida toda. Qual a diferença? Não tinha percebido que essa perda de sobrenome corporativo pode ser tão cruel como uma separação conjugal depois de longos anos de convivência.
Não que não estivesse preparado. Há anos busco uma carreira de professor e a aposentadoria me dará essa oportunidade. Só me dei conta de que não preciso lecionar o que interessa ao meu empregador. A armadilha é que foi esse o tema em que concentrei meus esforços de especialização. Mas, o meu prazer de lecionar não tem esse limite, pois aprendi a estudar e posso direcionar esse dom para outras idéias, para as que me dão mais satisfação. Ainda que signifique voltar a estudar um novo campo do conhecimento. Eu posso dirigir o meu leme para o horizonte que quiser.
Não sei ainda como isso afetará minha aposentadoria, mas liguei para meu filho e, em vez de perguntar por sua busca de emprego, pedi-lhe que marcássemos uma conversa sobre o que lhe dá prazer na vida. Ele ficou surpreso, quando lhe disse que gostaria de ajudá-lo a realizar os seus sonhos. Não os materiais, mas os universos de compreensão do mundo em que ele gostaria de viver. Acho que posso dar os limites de realidade construídos com minha experiência, mas não a lente que mostra o mundo em que ele e seus filhos irão viver. Quantas lentes haverá, meu Deus?
O outro raciocínio, que me estimulou, postula que ninguém pode persuadir outra pessoa a se modificar. A porta da mudança só pode ser aberta por dentro e cada um tem a sua própria chave. Meu primeiro pensamento foi lembrar de diversas ocasiões em que me deixei convencer a fazer coisas que não eram do meu interesse. Depois percebi o sentido mais profundo, pois envolvia mudança.
Conheci pessoas que, mesmo em tratamento terapêutico, reagiram de tal forma que conseguiram sabotar uma mudança que poderia vir a livrá-las de pesadelos já incorporados a seus comportamentos usuais. Há referências literárias sobre seres humanos nascidos escravos que, mesmo libertados, podiam sentir falta do feitor.
Pessoas mais velhas têm menor propensão à mudança. Sem nenhum embasamento científico, creio que não por comodidade como muito se propala, mas por “calcificação”. Seria como um corpo que, com o passar dos anos vai sofrendo tensões derivadas de pressões físicas ou emocionais e responde com retrações em músculos opostos como compensação. Anos de repetição de uma postura compensada molda os ossos e torna o relaxamento momentâneo e ineficaz, bem como muito longo (e, por vezes, doloroso) o tratamento de recuperação do equilíbrio original.
Os casos de necessidade de mudança mais claros seriam frutos de traumas. Algo se rompe no ambiente em que se vivia e somos obrigados a sair para não sofrer mais com o golpe que nos atingiu. Ouvi uma mãe de santo dizer, uma vez, que ninguém chega adulto ao candomblé (que exige uma forte mudança de comportamento) a não ser de joelhos (entendi que ela queria dizer que para mudar tanto era preciso estar com o seu universo anterior em frangalhos).
Uma aposentadoria pode muito bem deixar assim a vida de uma pessoa, especialmente homens, para quem o trabalho é parâmetro de sucesso. A perda dos grilhões laborais, a longo prazo, pode gerar banzo (saudades fatais).
A falta de referência, no imaginário popular, gerada por essa quebra da rotina já foi tema de inúmeras imagens bonitas: ócio com dignidade, descanso do guerreiro ou merecido prêmio. Essa aposentadoria do não-fazer-nada pode até ser boa para alguns (não se discute), mas também já provocou depressão em inúmeros aposentados.
Mas, sendo também um trauma, é uma porta para a mudança, que cada um decidirá se quer abrir ou não.
Eis aí o mais difícil de aceitar! Haverá pessoas que rejeitarão a chave e preferirão continuar vivendo em um ambiente de trabalho que já não existirá mais. Ou outras escolhas mais difíceis.
Em vez de entender a aposentadoria como um processo contínuo da vida, como uma oportunidade de mudança qualitativa, alguns poderão optar por continuar vivendo onde foram parte de algo (felizes ou infelizes – não importa) que lhes foi importante. É muito difícil “descalcificar”. E é muito mais difícil julgar! São tantas as portas…
Levei algum tempo para entender porque esse raciocínio me tocara tão violentamente. Aí lembrei de meu pai.
Meu pai foi um engenheiro capacitado e um profissional respeitado. Nunca o ouvi desejar o pijama, pois amava o que fazia. A aposentadoria não foi uma escolha pessoal, mas uma imposição legal e etária. Migrante do interior, transferiu para o seu pequeno núcleo familiar próximo todas as suas expectativas. Não digo que não tenha sido feliz, mas deixou de sentir aquela vibração de amor pela vida que eu via quando falava “nas coisas do trabalho”. Vi meu pai suavemente murchar.
Uma vez o vi reagir e falar em voltar a fazer algo ligado a seu campo de interesses profissionais. Aventou até a idéia de voltar a trabalhar em alguma empresa do setor. Senti a velha chama brilhar, mas já era tarde e a morte não perdoa os que acham que sempre terão tempo, mais tarde.
Meu pai fez uma escolha pelo que o seu tempo e o seu mundo lhe exigiam. Foi o melhor dos pais e lhe devo tudo. Só agora, olhando-o pela memória, vejo que ele teve a chave nas mãos e decidiu pelo que lhe pareceu melhor para os seus e não para si.
Não sei como vou lidar com tudo isso, agora que chegou a minha vez de enfrentar a mudança que se me oferece. “O mundo não pára” e as condições pessoais são outras, mas acho que os exemplos de casa me mostram que há de existir um ponto de equilíbrio, que será individual e deve vir de acordo com a minha história e minhas expectativas. Que eu saiba achar a minha porta!
*Luiz Ferreira Xavier Borges
Doutor em Engenharia da Produção pela COPPE/UFRJ
Advogado do BNDES há 34 anos, em vias de desaposentar-me
Email:lborges@bndes.gov.br
Bastante reflexivo o texo. Falar de processo de mudança é algo muito forte. Mas, como tudo muda o tempo todo, não podemos fugir dele. Por que é reflexivo? Porque a medida que vamos lendo vamos nos colocando no lugar do autor e vamos trazendo nossas vidas, nossas mudanças e nossas possíveis mudanças. A fase em que nos encontramos(a maturidade), é sem sombra de dúvida, a pior para provocar e aceitar mudanças. Temos tudo cristalizado e não temos garantias de que a mudança será melhor e nem se dará certo, portanto resistimos. Assim sendo, temos que ouvir mais a respeito, acompanharmos os processo e amadurecermos, para buscarmo de forma mais traquila as nossas mudanças, e uma dela e a aposentadoria.
Olá Silma
Obrigado pelo seu comentário. Mudanças e transformações, em geral, assustam as pessoas, e essa é a verdade. Aqueles que trabalham sempre numa mesma atividade ou organização tendem a estabelecer rotinas no cotidiano difíceis de serem alteradas. Ficam presos a hábitos, crenças e padrões de comportamentos em que lhes parece muito pesado mudar. Conversam com as mesmas pessoas, consomem das mesmas fontes de informações, praticam os mesmos entretenimentos, buscas os mesmos objetivos. Sem perceber que outros mundos estão à sua volta, ricos e maravilhosos.
Realmente profundo, muito profundo…
E me fez refletir o quanto uma pessoa sofre numa transição assim.
Mas porquê eu não tenho esse sentimento?
Porquê eu não estou passando por isso?
O que estou vivendo agora é tudo o que eu queria pra mim há algum tempo atrás…
Vou continuar pensando…
Realmente nos faz refletir bastante sobre essa nova etapa da vida. Podemos enxergar por diversas lentes, ângulos, as mudanças que virão quando aposentados. As chaves também são muitas, pois temos uma gama de oportunidades a serem desvendadas na aposentadoria. E, qual porta abrir? O que encontraremos? Como reagiremos? Apesar dessas indagações podemos tomar a decisão que melhor nos convier, com erro ou acerto poderemos achar o melhor caminho a seguir.
Caro Márcio
Obrigado pela sua participação no forum e parabéns pelas suas considerações sobre este artigo. Lembre-se de que a chave está com você e a porta só pode se abrir por dentro.
Lembre-se também de que você é o único você que existirá em toda a história do mundo. Você é o único no modo como controla sua vida. Importa que você volte a acreditar nos seus sonhos, grandes ou pequenos, compatibilize metas e objetivos de curso prazo com os sonhos de longo prazo e mãos à obra. Assuma o comando de sua vida, invente seu futuro, ao invés de tentar adivinhá-lo. A vida que você tem é a única com a qual você foi premiado, ao menos neste mundo. Sua tarefa é descobrir a fórmula e a melhor maneira para obter o máximo da vida. Ela será única para você, sem ser parecida com a de outros.
Mais uma vez eu digo que não tive tempo de me planejar para a aposentadoria, pois ela veio de forma fulminante, me proibindo até de exercer outra atividade profissional.
Mas mesmo assim, acho que o texto serve, e, muito, para as pessoas que estão na mira da aposentadoria.
Puxa! Este boletim nos faz refletir bastante sobre essa nova etapa da vida. Assim devemos nos preparar para as mudanças que virão quando aposentados. E sempre com o pensamento positivo que será para usufruir de tudo que construimos em nossa vida.
Texto muito bom e nos faz refletir sobre a aposentadoria, que existem várias portas a serem abertas ou a escolha de mantê-la fechada. A mudança é inevitável e devemos nos preparar e colocar pensamentos positivos, ações que nos ajudem a trilhar a 2ª etapa e focar no que realmente importa e quais são nossos talentos que ainda não conhecemos. Ação e mudança para mellhor, vamos encará-la com serenidade e equilíbrio. abraços.
MAis um texto que me toca profundamente, pois percebo cada vez mais que meu primeiro tempo está jito prolongado. Preparar-se, porém é preciso. Cada uma das situações lembradss por Borges traz várias reflexões e uma certa ansiedade para se tomar novas decisões. Com certeza, vou levar estes textos para meu marido e vamos decidir juntos, Novamente, obrigada!.
Excelente esse texto. Caso, ficarmos, olhando apenas o passado (o que fomos, o que estamos deixamos) não conseguiremos enxergar nada no futuro (como aposentados). Ao buscarmos/pensarmos em outras oportunidades com certeza realizaremos novos empreendimentos em nossas vidas entre elas outros contatos/pessoas.
Gostei da idéia de passar a refletir sobre mim mesma e, principalmente da chave que só abre por dentro a porta da mudança no ser humano.
Muito bom o texto. Deveremos aprofundar mais em nossa vida pessoal, nos conhecimentos, nas descobertas interior e acreditar que tudo poderá mudar sempre para melhor.
Entendi que precisamos deixar de lado o bicho da aposentadoria, os medos e as incertezas, trocando tudo pelo prazer de nos conhecermos, sabendo e acreditando que tem muita coisa boa a nossa espera. Principalmente o tempo que teremos para nossos familiares, isso realmente não tem preço.
Excelente texto!
O Grande barato deste momento é que agora posso escolher a porta que desejo abrir e se não gostar do que encntrei, poderei abrir outras, sem medo de errar, mas com a certeza de que cada porta aberta foi escolhida por mim.
Abraços,
Ivalena.
Texto muito bom! Provoca não só reflexão como uma verdadeira catarse. Sou do tipo de pessoa que reflito muito sobre minha vida, no sentido de existência, o que tenho feito para contribuir para um mundo melhor, o que estou deixando de herança para minha filha, não se trata de bens materiais, mas de educação, de relacionamento humano de amor e carinho, de princípios, de integridade, de posicionamento político ético e social. E o texto reforça todos esses questionamentos de uma vida em apenas 10 minutos. Confesso que minha visão sobre a aposentadoria estava totalmente equivocada e o texto está me levando a refletir sobre isso e prosseguir para tomar uma atitude no tempo certo.
Excelente texto. Estou refletindo muito melhor agora, pois o passado passou!!!!agora e olhar para frente. Eu sempre fui uma pessoa que busquei a parte espiritual, entao acho que isso tambem ajudara no processo de “faxina mental corporativa “, digamos assim rsrsrs.
Esse texto é realmente a mais pura verdade dos sentimentos! Mais um motivo tenho para deixar para trás o lhe pertence e olhar para o meu futuro com grandes expectativas
, afinal estou no momento de atravessar mais um obstáculo em minha vida e devo estar segura do que me aguarda…afinal decidi abrir a porta mais uma vez!
Muito bom momento para ler este texto dado que estou recentemente aposentada e tenho muita vontade (já vislumbro mesmo) achar também um chave (passando, como citado, pelo equilíbrio das escolhas e possibilidades) para minha porta.
Muito bom este texto,estava precisando de um direcionamento, agora sei preciso abrir a porta de dentro pra fora,deixando pra traz o passado. abrindo espaço para uma nova experiência de vida aproveitando todos os momentos.
O texto dá a exata visão de que podemos realizar outras aspirações depois da aposentadoria.
gostei muito do texto, principalmente porque relata a experiência de vida de 3 gerações, em momentos diferentes de suas vidas, e sob a perspectiva do autor. Me identifiquei na hora. Primeiro porque um dia fui o filho, com medo de enfrentar o primeiro emprego. Num segundo momento o aduIto produtivo, mas próximo a aposentadoria, já se preparando para ser o dono de seu tempo. E numa terceira etapa, como observadora da vida que o pai escolheu, após a aposentadoria. E, por fim, a conclusão de que, por mais que os outros deem palpite a mudança só acontece se a gente quiser, pois ela ocorre de dentro para fora
Parabéns pelo texto, passei a mesma com meu filho. O texto aborda a relação com o mundo do trabalho, as nossas decisões a serem tomadas, o que fazer após a aposentadoria. O que termos que ter é sabedoria para tomar a nossa decisão em relação a aposentadoria. O que fazer na hora de parar? Que caminho seguir? Eu quero me aposentar e realizar os meus sonhos, vida nova, novo recomeço.
aleluia…..
Este texto relata o quanto ficamos preocupados com o trabalho.
Sempre a “necessidade do feitor” supera a nossa, o que é um equivoco para a vida pessoal de cada um.
E quando estas pessoas aposentam, sentem “a falta do feitor”, pois se esqueceram de além do trabalho há uma vida por trás, a nossa. Não devemos “esperar pelo feitor”, mas sim viver o agora, e a aposentadoria será apenas uma continuidade da nossa vida, mas sem o “chato” do feitor….
Esse texto retrato em muito o que se passa comigo, pois, gosto muito do que faço e fico sempre imaginando em continuar trabalhando após a desaposentaria, sei que não vai ser fácil deixar tudo de lado e buscar outros rumos, mas, esse curso está me ajudando e muito, já estou começando a pensar de outro forma, e quem buscar novos desafios, que me deem tanto prazer quanto o que faço no dia a dia no meio profissional, é realmente estou começando a desacelerar. E sei que vou conseguir realizar outros sonhos antigos.
Este texto me fez refletir sobre as minhas atitudes. Eu também, na maioria das vezes, opto pelo melhor para os meus e não para o melhor para mim.
Além de servir como luva para mim, logo de início me recordei de meu filho que mal precisa folhear o material de estudo para, conforme gráfico escolar, ser um dos melhores alunos, de um colégio destacado na cidade e nas cidades circunvizinhas. Parece tudo tão fácil para ele, que em algumas conversas com ele, já vi que será uma escolha difícil quando chegar sua hora.
O texto é realmente elucidativo e nos faz pensar, nos processos de trabalho e de aposentadoria, principalmente analisando gerações, o que é raro, um material de estudo, neste sentido.
Mais eu vejo reforçada a idéia da Aposentadoria ser o recomeço de uma nova vida; desqualificada, pois muitas vêzes não nos preparamos para ela, o novo sempre assusta.
Mas também não se exige requisitos a não ser o da Criatividade, Boa Vontade de se autodescobrir e comprometer se na busca e realização dos seus sonhos.
Olá amigos!
Este texto reflete exatamente o que acontece com a maioria das pessoas, principalmente àquelas que sempre foram muito dependentes do trabalho. Trabalhar para alguns, representa apenas o seu ganha pão, mas para outras quer dizer: posição, status, fama e etc. Para essas pessoas, se desligar do trabalho é um martírio, um tormento, um fracasso ou coisa pior. Sentem que não servem mais para nada dentre outros pensamentos ou conclusões. Espero ficar pelo menos na média desses tais comportamentos e não achar que estou sendo uma inútil por ter me afastado da empresa. Não sou do tipo que pretende arrumar novo emprego, posso até arrumar uma atividade sem o compromisso de horário e tempo de trabalho a cumprir. Já fiz isso a vida toda, e até hoje, sou pontual.
Nos faz refletir muito, mas reforça em mim o sentimento que independentemente da escolha que fizermos, nossa satisfação ou insatisfação posterior dependerá de nossa atitude, da forma como enfrentaremos nossa escolha.
Realmente cada um deve construir a sua própria história. E vivendo de acordo com a empresa seremos sempre o “patrimônio da empresa”, esta chave de abrir por dentro é tudo.. mas o que faltou a vida toda? Será que a empresa diria que tínhamos essa chave? Acho que não..Há o processo produtivo da sua própria vida (a da empresa).
Um orientador nos mostraria a tal chave? Quem seria ele?
A maturidade vem com o tempo e nossas escolhas muitas vezes nos leva a caminhos tortos!!
Por exemplo de ficar preso ao nosso ganho material e nos afogar .. não aposentar por não conhecer a vida que podemos ter e até onde podemos SER…É isso que me veio a mente AGORA..
Chegou a minha minha..minha…minha vez..com licença vou entrar e fechar a porta com a chave que eu não sabia que eu tinha, conhecer a chave ..a porta.. .. fechando para eu poder pensar…
Este artigo me faz refletir sobre o que fiz no 1º tempo: sempre a mesma coisa durante 25 anos, não fiz nenhum movimento. Penso como será depois???
Na minha infância, a visão que eu tinha era de que quando chegasse meu tempo de aposentar, essa hora seria de conquistas e prazer. Ainda jovem pensava em casar, ter casa própria, filhos, um bom emprego, etc…..
Para aproveitar e não se preocupar, iria viver o 2º tempo da vida com a esposa. E assim está acontecendo, tenho 55 anos aposentado más ainda trabalhando, dentro de 3 a 4 anos estarei dando ponto final as minhas atividades profissionais. Com os filhos já adultos e encaminhados, estarei vivendo o meu jogo da vida, Feliz!
Como diz o velho ditado: ” Se correr o bicho pega se ficar o bicho come”.
Prefiro correr e buscar novas alternativas, pois todos temos prazo de validade determinado, não quero esperar meu fim dentro da mesma rotina de 35 anos de trabalho. Não tenho dúvida, quero o segundo tempo e abrir novas portas.
Texto bastante reflexivo, para quem ainda não tomou ciência de que a família está acima de qualquer interesse corporativo. Quero fazer uma ressalva a respeito de um trecho do texto, que cita a expressão “o novo sempre vem” e atribui a uma música de Raul Seixas. Até onde sei a frase é da música “Como nossos pais” do cantor e compositor cearense Belchior, interpretada maravilhosamente pela Elis Regina. Por favor me esclareçam.
Muito interessante este artigo nos faz refletir e ver que no final do túnel temos duas escolhas olhar para si e prosseguir nessa nova fase da vida , ou se prender no passado e deixar-se envolver de lembranças improdutivas.
Excelente Artigo do Sr Luiz Ferreira.
Tenho um filho de 19 anos e uma filha de 17 anos, irei ter também ter essa mesma conversa com eles, pois direi a eles que vivam as suas escolhas e procurem ser felizes.
Espero também com a minha aposentadoria ter uma outra escolha de vida, totalmente diferente da atual “prisão trabalhista” em que vivemos.
As mudanças da zona de conforto geralmente são mais traumáticas, o que me espera o futuro? importante é que as mudanças são próprias de dentro para fora não impostas, fica a questão e a porta das expectativas vendo o exemplo do pai pelo seus queridos o que fazer ? reflexão são muitas direções qual chave utilizar …
Gostaria de externar, de antemão, que o artigo foi muito criativo e faz a analogia de objetos comuns do nosso cotidiano pessoal com a vida de cada um, corporativa e familiar. Hoje fui ao oftalmologista para refazer meus óculos que havia quebrado uma das lentes. Naquele consultório tinha um painel com vários distúrbios visuais, dentre eles, a miopia – meu caso. Pois bem, fiz uma bateria de exames e descobri que a minha miopia diminuiu de 1,75 para 1,25 no olho direito e no esquerdo de 1,50 para 1,00. A especialista me falou que passei a exergar melhor e isto é natural na minha idade, para quem tem miopia. Usarei uma lente de menor grau porque estou exergando melhor de longe. No nosso cotidiano, tudo depende de chaves e de portas. Chave de casa, porta de casa; chave do carro, porta do carro. Chave da nossa mente, porta da nossa liberdade. Acredito, que com boas lentes, poderemos perceber o óbvio e suas obviedades e saberemos usar as chaves nas portas certas. Quando estudava filosofia aprendi que todo exemplo claudica, e, sabedor disso, gostaria de pedir desculpas se estou claudicando e de parabenizar o exemplo da música citada no artigo. Acho que o objetivo foi atingido, independentemente da autoria da música, se do cearense ou do baiano.
Muito interessante,é o que vive a maioria das pessoas dedicadas ao trabalho que executa, principalmente àqueles que passaram muito tempo na mesma organização/corporação. Especial atenção tive com a frase “a morte não perdoa os que acham que terão tempo” tem muito a ver com minha vida.
Texto excelente que nos faz refletir sobre a aposentadoria e que existem várias portas a serem abertas, pois devemos nos preparar para essa nova etapa da vida.
Muito gratificante a reflexão aqui apresentada. Me faz retroceder com a lente do passado e projetar para o futuro, após já passados, para mim, 15 anos do segundo tempo. Vi muita gente, assim como eu, com a chave na mão, mas não sabia que porta abrir, pelo fato de que a lente do passado não conseguia projetá-los para a busca de um futuro, ou o que se torna pior, não querendo abrir a porta que se lhes apresentava, ou por comodismo ou por orgulho. Eu do contrário, projetei a minha saída para fazer algo que eu gosto: estudar e está perto da família. Transformei esse tempo que se descortinou para mim em, atividades de superação e busca de novas amizades no meio acadêmico.
> Muito interessante o texto.
> Por vezes me vejo dentro deste processo. Estou hoje aos 26 anos de carreira, e com certeza fiz esta reflexão duas ou três vezes, me olhando, analisando e procurando uma mudança, embora que algumas delas não foram bem o que eu queria, mas percebo que fez muita diferença, e hoje posso dizer que tenho mais uma vez a chave da porta, na qual abrirei com mais firmeza e a certeza deste momento estar fazendo a mudança na qual eu quero..
> É normal a pessoa ver que ao longo dos anos ela já realizou esta análise e mudança?
Muito bom o texto e reflexivo. Perdi recentemente minha esposa para uma doença degenerativa muscular, lutamos ao longo de 12 anos.
Os planos que tinhamos de quando eu fosse para a reserva foram todos por a´gua abaixo.
Estou recomeçando, catando os cacos, absorvendo os conhecimento adquiridos ao longo destes anos e preparando para ir para reserva.
Também acho que deve existir o ponto de equilíbrio. Não pendurar as chuteiras, não quer dizer continuar na mesma atividade, mas manter-se ativo. O que deve ser buscado é a manutenção da chama da vida, o que nos motiva a começar um novo dia e dá a alegria de viver. Já vi pessoas murcharem lentamente…
O texto e muito interessante, principalmente porque nos traz um exemplo prático, e isto se torna muito elucidativo. Gostei particularmente das idéias:”…a porta da mudança só pode ser aberta por dentro…” , “…o ponto de equilíbrio é individual…” . Pelo fato de ter passado minha vida profissional no Exército e ter sido submetido a varias transferências, me acostumei com o verbo mudar. Guardo comigo uma frase do famoso matemático Pascool,que diz: ” não tenho medo de mudar de ideia, porque não tenho medo de pensar”
Gostei do texto já farei uso do mesmo para reflexão. Excelente forma de avaliação no nosso cotidiano.
Texto interessante, entendo que dentre as fases de nossas vidas, devemos nos preparar para passar por todas elas de forma que nenhuma fase interfira diretamente na outra, muitas vezes nos esquecemos disso, mas é uma realidade. Não nos preparamos para muitas questões da vida e a aposentadoria é uma delas, existem pessoas em nosso universo familiar e em nossos ciclos de amizades que muitas vezes necessitam de um apoio, de uma ajuda, além de que muitos projetos pessoais que não desenvolvemos “até aqui”, agora podemos reavaliar e prosseguir.
Realmente me faz refletir porque vamos ter que passa para uma nova fase da vida, totalmente diferente do nosso cotidiano espero ter um belíssimo aprendizado com esse curso pra ter uma visão da nova vida que está por vir, que não estava planejando agora vou ter uma outra visão diferente.
Como todos os outros textos esse também é muito interessante . Felizmente tive uma grande dificuldades com relação ao efêmero ! Antes mesmo de ingressar na minha atual carreira profissional eu já vivia com crises relacionados ao futuro: ” e quando tudo acabar ?- perguntava pra mim mesmo “. Isso me ajudou ter sempre em mente que não podia me agarrar a “castelos de arreia”. Títulos , medalhas , placa de “chefe” na mesa , uma “família” no trabalho . Amigos , tudo isso é vão e fútil , tudo passa . No final das contas vai estar você sozinho. Mesmo que você seja talentoso, inteligente e saudável para prosseguir sendo útil em sua aposentadoria , uma hora tudo termina! Então o que tenho aprendido nesse curso e no curso da vida é : seja o melhor amigo de sí mesmo e aprenda a buscar satisfação e alegria no seu interior, se volte ao seu interior e contate a Deus (se você crê , obviamente). Com todo convicção afirmo que nem a mais nobre filosofia nem todo conhecimento humano ou toda técnica de auto ajuda ou toda motivação exterior vai livrá-lo do dia fatídico. Aquele dia em que até mesmo nosso amado preletor, com toda sua inteligência e experiência de ter ajudado milhares de pessoas, vai se deparar com uma dura realidade :não sou nada e ninguém e não tenho nada e ninguém. Enquanto isso vamos conseguindo uma maneira de continuar uteis após a aposentadoria (o que é excelente). Quem sabe um dia possamos quebrar conceitos negativos a respeito da aposentadoria e o fim da vida, ensinando os jovens a verem com outros olhos a realidade exterior a sua volta e aprenderem a se voltar para os valores interiores , espirituais … Se quiserem um exemplo de um gênio que chegou a essa conclusão aos 105 anos de idade vejam as ultima entrevistas do grande arquiteto Oscar Niemayer , um verdadeiro desaposentado.
Agradeço pelo espaço disponível para me expressar .
O texto é reflexivo, vejo que durante a vida devemos buscar sempre mais conhecimento. Entender que o seu trabalho e profissão não são o “centro do unverso”, de modo procurar conhecer e entender um pouco de tudo que está à volta. Existem profissões que podem até não serem tão bem remuradas, mas são bem mais prazerozas, proporcionam mais qualidade de vida. Aão. questão é está aberto para conseguer ver outras possibilidades durante toda a vida, não se fechar diante de uma aposentaria em uma determinada profissão e char que não é mais produtivos e incapaz. Diante da constante busca pelo aperfeiçoamento pessoal, acredto que novas oportunidades surgirão, aproveitando as qualificações indiduais. Entender ainda que o tempo da desacelerar chegou, e como em um carro que anda a 100Km/h, também pode andar a 20Km/h, contiuar sendo carro e continuar rodando, levando seu condutor ao destino desejado.
Recentemente minha filha casada tem me indagado com frequência a respeito do que pretendo fazer após a aposentadoria. Por um lado acho bom que me indague, por outro lado me pergunto se a minha relação com o trabalho a deixa preocupada quanto ao fato de eu conseguir ultrapassar essa fase sem maiores problemas.
Tem boas reflexões: o grande problema é o que queremos fazer na aposentadoria e o que poderemos fazer. como fazer o que queremos e desejamos se temos várias pessoas (família) que dependem de nós. Se desejamos viajar como deixar todos para trás, como convencer a ir para onde queremos quem deve nos acompanhar.
Depois de 35 anos como fazer algo diferente do que sempre fizemos e convencer todos que nos cercam que estou em processo de mudança.
Excelente texto. Refletindo, confesso que tenho receio de mudanças. Não sei se estou preparado para a Reserva, tanto que estou fazendo esse Curso com a finalidade de me preparar. O medo do desconhecido me fez estudar (bacharel em direito) com intuito de preencher o tempo vago. Por outro lado, é um momento de transpor o obstáculo da mudança, do recomeço, afinal a nossa vida é uma eterna luta diária com obstáculos que precisam ser ultrapassados para seguirmos em frente. É preciso saber viver, e viver sem obstáculos é impossível. Apesar do novo normalmente assustar creio que quando chegar a hora de me aposentar sairei de cabeça erguida e com a certeza que fiz o meu melhor no tocante ao trabalho. Tenho 46 anos e daqui alguns anos, não sei ao certo, pode ser antes, estarei encerrando o primeiro tempo e dando início ao intervalo do jogo. Com o segundo tempo novas portas irão se abrir e que DEUS ajude a todos nós
Aqui se faz , aqui se cria, aqui se conquista. Demorei muito para entender isso, pois o texto acima nos leva a ver que a aposentadoria nada é como uma criação de novas conquistas de novas realizações livres de qualquer pressão de nosso primeiro tempo. Penso que devemos nos aprofundar mais em nossa emoções e nos nossos familiares ao qual nos deram tantas felicidades e nos darão muitas mais alegrias.
Muito Reflexivo o texto acima. Concordo com o colega Hélio sobre a música “Como nossos pais” do Belchior.
Texto Bom, onde nos faz refletir muito nessa nova etapa de vida que iremos seguir, me faz lembrar muito com o jogo de futebol com o 1º tempo e 2º tempo onde devemos plantar para ter uma boa colheita.
Estou em tempo de reflexão sobre aposentadoria e vejo quanto é difícil decidir.
Por enquanto penso apenas em nova conquista, em mais uma fase da vida e fazer coisas que gosto, mas que não tive tempo de realizá-las.
A empresa que me viu jovem, me viu esposa, mãe e agora avó… Primeiro e único emprego da minha vida… Empresa que ajudei a construir, em momentos felizes, momentos ruins, vários ciclos, vários processos.
Agora um novo momento da minha que quero curtir muiiito
Muito profundo este texto, nos faz pensar de todas as formas de como vamos reagir no tempo em que precisamos deixar o velho tempo para viver o novo.
Por isso gosto muito de uma frase que um dia escutei: “´´E preciso retirar o vinho velho, para sentir sabor do vinho novo”.
Essa fase da vida exige empenho para dedicar o olhar pra dentro. A realidade concreta é complementar. Ela dará os parâmetros relativos as condições sob as quais a decisão ou como esta fase será vivida, contudo nós escolhemos como vamos atravessar esse rio e como vamos habitar na outra margem, entendendo que a outra margem também é parte do rio.
Aposentar é encarar um período de mudança, onde vários caminhos estarão dispostos. A mim, o andarilho, é permitido focar um ângulo qualquer ou dimensionar a lente, para escolher melhor qual ou quais portas poderão ser abertas. A chave está à disposição, posso abrir, entrar e ficar, como também, posso abrir, entrar, retornar e escolher outra chave e nova porta.
Aposentar é passar por um processo de mudança as vezes radical, pois iremos fazer coisas diferentes de nosso cotidiano, tendo que mudar nosso sentimento em relação a vários aspectos da nossa vida
MUITO BOM O TEXTO, ACHO QUE NEM TODOS ESTÃO PREPARADOS PARA AS MUDANÇAS NA VIDA, POR ISSO ENFRENTAM COM DIFICULDADE, NÃO VENDO QUE ISSO FAZ PARTE DE NOSSAS VIDAS.
lendo e meditando o texto, a certeza que tenho é que quero abrir a porta e seguir andando….
Ótimo texto para reflexão! Faz-nos perceber, com precisão, que somente NÓS mesmos “podemos decidir”, SE abriremos OU NÃO a porta do nosso interior, para enxergar do lado de fora, o novo mundo que nos espera. Assim poderemos voltar a sonhar, ter novas esperanças e expectativas, e com coragem buscar alcançá-los, afastando de nós, os fantasmas da nossa própria existência que tanto nos trazem dores, ressentimentos, angústias e medos muitas vezes infundados. Faz-nos perceber também que, se em nós mesmos não habita esta sensação de “verdadeiro terror” de enfrentar os Novos Tempos com a aposentadoria às portas, estaremos mais habilitados a ajudar nossos Cônjuges ou pessoas próximas de nós, a entender essa grande realidade no ser humano. Se SE dispuserem a ser ajudados neste sentido, devemos orientá-los que haverá necessidade de partir de SI mesmo, a iniciativa de “reviver o seu passado”, onde certamente serão encontradas respostas para muitos questionamentos que ajuntou no seu interior, ao longo do seu viver: O autoconhecimento que lhe dará uma visão ampliada da vida.
Começo a preocupar-me, quando chegar realmente o momento de encontrar novas atividades para substituir, em média, no meu caso, oito a dez horas de meu dia-a-dia ocupadas pelos processos corporativos, nos últimos 40 anos.