Ocupar-se é a palavra chave – Boletim nº 33 – Outubro 2009

“Nos primeiros dias e meses da tão esperada e merecida aposentadoria tudo são flores… Depois de um tempo, porém, os dias começam a ficar mais longos – as noites idem- e daí começam a surgir o sentimento de profundo vazio e a sensação de inutilidade…”

 Qual vai ser sua nova atividade ao se aposentar? Com o que vai se ocupar? Quais seus sonhos?

Ao se aposentarem as pessoas não aceitam apenas participar de clubes da terceira idade e aulas de dança… Cada vez estão mais ansiosas por continuar produtivas nos anos extras que ganharam em suas vidas.

Caro leitor, olhe à sua volta e veja a situação de seus familiares e amigos aposentados. Como estão? Satisfeitos ou insatisfeitos? Felizes ou infelizes? Saudáveis ou doentes? Com certeza você vai verificar que os que andam desocupados vivem perambulando por aí, muitos deles reclamando de tudo e de todos, em conflitos internos e externos, além de doenças e vícios.  Já aqueles que encontraram formas de se ocupar, por meio de alguma atividade e hobby (isso não é pecado!), salvo algum problema de saúde que gere incapacitação, provavelmente conseguem manter sua autoestima elevada e, consequentemente, são mais felizes e realizados.

Na transição para a aposentadoria é recomendável fazer uma pausa, como se fosse um intervalo do primeiro para o segundo tempo, que vem a ser aquele breve hiato entre a aposentadoria formal e o planejamento para o futuro. Mas isso não significa uma parada total e não retornar para o segundo tempo. Talvez o termo “desacelerar” (olha aí o prefixo “des” de novo!), no sentido de tirar o pé do acelerador, sem, no entanto, parar completamente, seja a definição apropriada para opor-se ao termo parar. Portanto, desacelerar sim, parar jamais.

Quantas pessoas amadurecidas deixaram suas marcas já no entardecer de suas vidas? A história está aí para confirmar. Na verdade não há limites para o que você pode fazer, exceto os de sua própria mente. O comodismo é o grande mal que nos imobiliza e nos faz estacionar num patamar mais cômodo. A falta de sonhos e desafios vai aos poucos tirando nosso vigor a ponto de não termos forças de reagir quando mais precisamos. Nossa mente precisa estar sempre aberta para superarmos os limites, da mesma forma que nosso corpo precisa de exercícios para se manter em forma.

A nova ocupação deverá expressar um ideal e conferir sobrevivência pessoal e social, prestígio e estímulo para aproveitamento do potencial e integração no universo.

Na holística me deparei com um ditado  “se correr o bicho pega, se parar o bicho come”. Falta acrescentar, “se juntar o bicho foge”.  Com isso quero dizer que na aposentadoria não precisaremos mais correr tanto, nem devemos parar repentinamente. Poderemos juntar todos os conhecimentos e experiências adquiridas durante os longos anos de trabalho e de vida, além de todo o tempo que teremos à nossa disposição para ocupar-nos com atividades significativas e que nos tragam prazer.

“As pessoas medianas vão para o túmulo com músicas não tocadas dentro delas”. (Oliver W.Holmes)

Muitas vezes acreditamos que o talento e a capacidade de criar e superar desafios é para os outros e não para nós.

Às vezes pensamos “Puxa, que tal se….?” e paramos por aí. Mas, que tal se gênios como Mozart, Schubert, Beethoven, Tchaikovsky, Luciano Pavarotti e José Carreras não tivessem mostrado os seus talentos? Que tal se os Beatles tivessem desistido logo no início? Ou então se Madre Thereza de Calcutá, Pelé, Ayrton Senna tivessem desistido de seus sonhos?

Imagine um mundo onde todos usassem os seus dons para dividir com os outros aquilo que são capazes de produzir e fazer uma diferença para muitos, mesmo que seja para uma só pessoa.

Caro leitor, responda rápido:

Qual a música que você vai tocar para o mundo ouvir?        

Que Deus o(a) proteja junto a seus familiares.

Um fraternal abraço e até o próximo artigo,

Armelino Girardi

Para reflexão: Preparar as pessoas para a aposentadoria também é sustentabilidade. Mais informações no site www.desaposentado.com.br

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