Vida e Saúde: um desejo de todos – Boletim março 2012 – Boletim nº 82
Certamente todos já ouvimos discursos sobre as “Metas do Milênio” com as quais o governo brasileiro comprometeu-se perante a comunidade internacional, tendo, entre os vários objetivos a serem alcançados, até 2015, a melhoria da saúde.
A Igreja Católica, através da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), propõe todos os anos, durante a quaresma, período entre o carnaval e a Páscoa, um tema como “Campanha da Fraternidade”. O objetivo é despertar, buscando caminhos de solução, a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira.
A CF 2012, com o tema “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, vem ao encontro das metas do milênio, pois pretende sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras.
O objetivo geral da campanha é refletir sobre a realidade da saúde no Brasil, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizando a favor da melhoria no sistema público de saúde.
Entre os vários objetivos específicos, destaco os de disseminar o conceito de bem viver e estimular a prática de hábitos de vida saudável; sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a integração na comunidade; despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e a reivindicação do seu justo financiamento.
A vida, a saúde e a doença são realidades profundas, envoltas em mistérios. Diante delas, as ciências não se encontram em condições de oferecer uma palavra definitiva, mesmo com todo o aparato tecnológico hoje disponível. Assim, as enfermidades, o sofrimento e a morte apresentam-se como realidades duras de serem enfrentadas e contrariam os anseios de vida e de bem-estar do ser humano. (Texto base da CF 2012)
Muitas doenças e sofrimentos são provocados pela ação ou omissão do próprio homem. Viver bem e ter saúde é um direito universal e uma das aspirações de todo ser humano. A saúde, mais do que a ausência de doença, é um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual que permite ao cidadão uma vida digna. Portanto, é um assunto que interessa a todos.
Pe. Anísio Baldessin, Coordenador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de SP, diz que situamo-nos num contexto profundamente hostil, onde proliferam terrenos inóspitos que sufocam e não deixam germinar, crescer e frutificar a semente da vida. Ainda hoje se mata por ódio, violência e vingança, que decretam o fim da vida de tantos semelhantes indefesos jogados à margem do banquete da vida e, por incrível que pareça, julgados culpados de sua própria desgraça. Ou ainda pela falta de infraestrutura mínima que garante um viver digno, como de moradia, educação, salário justo, lazer, terra e acesso aos serviços de saúde.
Em 1º de março foi lançado o índice de desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS) que mede a qualidade do serviço médico público ofertado em municípios, estados e em âmbito nacional. Numa escala de 0 a 10, a pontuação do Brasil foi de 5,47. Curitiba, que ainda tem deficiências no sistema de atendimento, e com as dificuldades que as pessoas encontram no acesso aos serviços, aparece como 2ª melhor cidade com uma nota de 6,96.
A cidade do Rio de Janeiro, a 2ª maior do país, com todos os investimentos que está recebendo para a Copa de Mundo, Olimpíada e muitos eventos de porte, aparece com o indicador de 4,33. Pergunto: como está o atendimento nas outras cidades que não são capitais e no interior do país?
A questão da saúde é um dos grandes desafios que precisamos enfrentar. Que a CF 2012 seja uma grande oportunidade para refletirmos sobre o tema e incentivo para o engajamento nessa campanha, iniciando pela busca de maior harmonia e bem-estar na própria família, por uma maior atenção aos familiares enfermos e na fiscalização da atuação dos representantes que elegemos e Órgãos Responsáveis pelo SUS.
Que Deus o(a) proteja junto a seus familiares. Um fraternal abraço e até o próximo artigo.
Armelino Girardi
Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e autor do livro Desaposentado: melhor agora, além de criador e mantenedor do Clube dos Desaposentados – www.desaposentado.com.br
Armelino,
Este artigo vem de encontro com as nossas necessidades pessoais e de servidor público. Precisamos sair do discurso agir e rapidamente em prol das melhorias das condições de saúde pública e de trabalho.
Os seus artigos são sempre um estímulo para nós e um momento de reflexão: o que eu tenho feito para contribuir ou melhor a minha vida e o meu ambiente?
Olá Dirlene
Grato pelo contato. Você está certa pois a vida depende de uma boa saúde e cada um pode fazer sua parte pois a maioria das doenças começa na cabeça das pessoas. A dimensão emocional é, infelizmente, uma das mais esquecidas pelas pessoas e é por isso que a grande maioria sofre por antecedência.